Operação apura esquema de venda de sentenças no STJ envolvendo servidores, advogados e empresários
A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (27), o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira (Podemos-TO), durante mais uma fase da Operação Sisamnes, que investiga um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com a participação de servidores públicos e outros agentes influentes.
Além da prisão do prefeito, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra outros dois investigados, sendo um policial e um advogado, todos com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao todo, foram realizadas três ações de busca e apreensão na capital do Tocantins.
A defesa do prefeito informou que aguarda o acesso aos autos para se manifestar oficialmente sobre a prisão.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de acesso antecipado e coordenado a informações sigilosas do STJ, que estariam sendo repasadas a investigados com o objetivo de obstruir investigações em curso, proteger aliados políticos e ampliar redes de influência.
A nova fase da Operação visa aprofundar as apurações sobre uma possível organização criminosa estruturada para vazar dados confidenciais de processos judiciais, com impacto direto sobre outras operações da PF.
Esquema de corrupção e lavagem de dinheiro
A Operação Sisamnes investiga também a existência de um núcleo financeiro-empresarial voltado à lavagem de dinheiro, envolvendo o pagamento de propinas em troca de decisões judiciais favoráveis no STJ.
Entre os investigados estão advogados, empresários, lobistas, assessores parlamentares, chefes de gabinete e magistrados, suspeitos de crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.
O nome da operação faz referência a Sisamnes, juiz da Pérsia Antiga que, segundo registros históricos, foi condenado à morte por corrupção e teve sua pele retirada e usada para revestir a cadeira de seu sucessor como símbolo da punição aos que traem a justiça.