Por que eleger mulheres na OAB?

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As mulheres são 52% da população brasileira e na OAB não é diferente, por isso garantir maior participação de mulheres, em especial em cargos de direção, é garantir uma OAB cada vez mais democrática.

Porém, embora tenhamos tantas mulheres na advocacia, esta é uma realidade que não se reflete na alta cúpula da OAB Federal, nem tampouco nos Estados. Nenhuma das vinte e sete presidências seccionais é exercida por uma mulher.

Nas palavras da própria Myrthes, “Cada vez que penetrarmos no templo da justiça, exercendo a profissão de advogada, […] devemos ter, pelo menos, a consciência da nossa responsabilidade, devemos aplicar todos os meios, para salvar a causa que nos tiver sido confiada. […] Tudo nos faltará: talento, eloquência, e até erudição, mas nunca o sentimento de justiça; por isso, é de esperar que a intervenção da mulher no foro seja benéfica e moralizadora, em vez de prejudicial como pensam os portadores de antigos preconceitos.” (O País, Rio de Janeiro, p. 2, 30 set. 1899).E se, pra variar, a gente votasse pra promover mais igualdade e mais representatividade?

Desde 1960 a OAB/DF teve 20 Presidentes, até a atual legislatura. A única mulher Presidente eleita da OAB/DF foi a Dra. Estefânia Viveiros, que geriu a OAB/DF no período de 2004 a 2009. Ou seja, em 60 (sessenta) anos de História a OAB/DF elegeu apenas 1 (uma) mulher como Presidente. Ao longo do tempo muita coisa mudou, mas o que não mudou foi o patriarcado estrutural que faz com que homens ocupem os cargos de alto escalão das entidades predominantemente.

Diante dessa realidade é que a representatividade da mulher não pode mais ser vista como uma questão secundária, mas central e natural para que todas e todos possam se reconhecer nesse espaço que é predominantemente masculino. Um espaço em que a política represente a todas e todos.

Não é só uma questão de representatividade. A gente sabe que a desigualdade diminui em países com mais mulheres em cargos de gestão, de liderança e/ou estratégicos.

A pesquisa realizada pela Women in Law Mentoring Brazil sobre diversidade de gênero em escritórios de advocacia do Brasil, mostra que as mulheres representam pouco mais de um terço (34,9%) do quadro de sócios de capital. Na composição geral dos escritórios as advogadas representam 57% dos profissionais. Isso reflete a grande dificuldade enfrentada por uma advogada em sua trajetória profissional.

A predominância de homens na Presidência da OAB reflete não apenas o machismo estrutural, mas uma desigualdade sistêmica que precisa ser enfrentada.

Então a proposta é inovar, pois não é crível uma instituição sedimentada sob os pilares da democracia passar ao largo da representatividade na composição de sua diretoria.

Então, por que eleger mulheres na OAB? Porque isso para além da representatividade, é sinônimo de democracia, afirmação dos princípios basilares que construíram e continuarão construindo a OAB que queremos.

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