Chacina de família no DF: Polícia encontra bilhete que atraiu cabeleireira e o marido para emboscada
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) informou nesta segunda-feira (23) que os agentes encontraram alguns documentos no cativeiro onde a cabeleireira Elizamar Silva e outros integrantes da sua família foram feitos reféns. Entre eles havia um bilhete que teria sido usado pelos criminosos para atrair a mulher e o seu marido, Thiago Gabriel Belchior, para uma emboscada.
“Chefe, como está seu dia? Vou precisar de (uma) ajuda urgente. Tem como você vir na chácara? Vou te explicar o que aconteceu. Se puder, pode vir hoje com a Elizamar e os meninos (três filhos do casal)”, disse o bilhete divulgado pela PCDF.

De acordo com a 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), que é a responsável por investigar o caso, os agentes também encontraram no cativeiro um caderno que continha os nomes dos integrantes da família, contas e senhas bancárias.
Durante as investigações, a Polícia Civil teve acesso ao circuito de segurança de uma casa que fica ao lado do cativeiro. As imagens mostram dois carros deixando o local. Horas depois, apenas um dos veículos retornou. Na sequência, apareceu um homem de bermuda, camiseta, boné e chinelo.
Para conseguir montar o quebra-cabeça que está por detrás do crime, a polícia batizou a operação de “Inominada”.
A corporação também ressaltou que Carlomam dos Santos Nogueira, quatro suspeito de ter participado do crime, continua foragido.
O rapaz já possui passagens pela polícia. A mais recente é de quando ele foi alvo da Operação Prólogo, em 2018, na qual a PCDF apurava a comunicação de detentos no Complexo Penitenciário da Papuda, localizado em Brasília (DF), com o alto escalão do Primeiro Comando da Capital (PCC).
À época, Carlomam e outros 12 presos foram investigados sob a acusação de trocar cartas com a hierarquia da facção criminosa. Os bilhetes saíam do presídio por meio dos visitantes. Além disso, alguns advogados teriam ajudado essa suposta comunicação.
Chacina da família
Como os dados de Carlomam encontram-se registrados no sistema da PCDF, ao fazerem buscas no cativeiro onde a família foi feita refém, os agentes encontraram impressões digitais dele no local e em um dos carros carbonizados.
Na última quinta-feira (19), a polícia identificou o corpo de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, sogro da cabeleireira Elizamar, que estava enterrado no quintal do cativeiro. Além dele, os agentes encontraram outros seis corpos dentro de dois carros carbonizados.
De acordo com a Polícia Civil, os únicos integrantes da família que ainda estão desaparecidos são: marido da cabeleireira, Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos, Cláudia Regina Marques de Oliveira, ex-esposa de Marcos Antônio, e a filha Ana Beatriz Marques de Oliveira.
Os outros integrantes são: Elizamar Silva, de 39 anos, os três filhos Rafael e Rafaela, ambos de 6, e Gabriel, 7, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, a sua esposa, Renata Juliene Belchior, 52, e a filha dos dois Gabriela Belchior, 24. Ao todo, 10 membros da família foram vítimas do crime. A princípio, a polícia havia informado que eram oito familiares, mas, no decorrer das investigações, o número foi atualizado.