A polícia britânica, que investiga alegações de um amplo escândalo de abuso sexual infantil em clubes de futebol a partir da década de 1970, informou nesta quarta-feira já ter identificado 184 suspeitos e 526 possíveis vítimas. Autoridades do país investigam os casos desde que o ex-jogador Andy Woodward revelou, em novembro, que foi abusado ainda criança por um técnico de uma equipe juvenil. A repercussão levou vários outros ex-profissionais a fazerem o mesmo.
As revelações de abuso no futebol são as mais recentes em uma série de escândalos de pedofilia que vieram à tona no Reino Unido nos últimos anos. Vítimas dizem que a escala do escândalo no futebol deve ser ainda pior do que o caso da personalidade de TV Jimmy Savile, um ex-apresentador da BBC que abusou de centenas de jovens durante seis décadas até sua morte em 2011.

Ex-jogador Andy Woodward, foi vítima de abuso na infância (Reprodução)
O Conselho Nacional de Chefes de Polícia disse que 248 clubes foram citados, desde equipes da primeira divisão do Campeonato Inglês até times amadores, embora nem todos estejam sob investigação. A polícia disse que 22 das referências eram relacionadas a outros esportes, incluindo rúgbi, ginástica, artes marciais, tênis, luta, golfe, vela, atletismo, críquete e natação.
“Alegações de abusos sexuais não recentes são complexas, frequentemente exigem habilidades e conhecimentos especializados, e podem levar tempo para progredir”, disse Simon Bailey, chefe nacional de polícia sobre proteção infantil. “No entanto, todas as alegações e informações recebidas por forças policiais no país estão recebendo ação necessária.”
No mês passado, a Premier League inocentou o Chelsea de violar suas regras ao não relatar alegações de abuso sexual históricas feitas pelo ex-jogador do clube Gary Johnson em 2014. Johnson, de 57 anos, disse ter sofrido abuso do ex-chefe de recrutamento do Chelsea Eddie Heath na década de 1970, e fez um acordo de 50.000 libras com o clube em 2015.
(Com agência Reuters)