A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por suposta prática de homofobia
Em 2020, ao conceder uma entrevista ao jornal “O Estado de S.Paulo”, o ministro associou a homossexualidade a “famílias desajustadas”.
“Ao afirmar que adolescentes homossexuais procedem de famílias desajustadas, o denunciado discrimina jovens por sua orientação sexual e preconceituosamente desqualifica as famílias em que criados, afirmando serem desajustadas, isto é, fora do campo do justo curso da ordem social”, diz a denúncia apresentada ao STF.
O ministro fez declarações sem respaldo especializado sobre os homossexuais. “Acho que o adolescente, que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, disse o ministro. Ribeiro argumentou ainda que a orientação sexual de uma pessoa pode ser opcional: “Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay sem nunca ter, de fato, estado com uma mulher.”
Milton Ribeiro, que é pastor da Igreja Presbiteriana, disse não concordar com a orientação homossexual. Na época, a fala do ministro da Educação provocou reações no Congresso e também de especialistas, que condenaram as declarações.