A farmacêutica norte-americana fez um alerta ao governo brasileiro em abril para dar início “no mais curto prazo possível” a negociações para a aquisição de novas doses da vacina contra a Covid-19 para 2022 e 2023.
O relato do encontro está no montante de documentos entregues pelo Ministério das Relações Exteriores à CPI da Pandemia e que perdeu o sigilo na última quarta-feira (16). A correspondência foi enviada pela cônsul-geral ao ministro Carlos Alberto França no dia 28 de abril.
Azevêdo diz que recebeu o executivo da Pfizer no dia anterior, atendendo determinação feita pelo chefe do Itamaraty para que as missões diplomáticas e consulados do Brasil no exterior estivessem “cada vez mais engajados numa verdadeira diplomacia da saúde, dada a urgência e prioridade do combate à pandemia da Covid-19”.
A cônsul-geral diz na mensagem ter salientado a Selib que “devem ser crescentes as consultas a governos e a farmacêuticas”, pelo governo brasileiro, “para mapear as vacinas disponíveis e a buscar os remédios necessários ao tratamento de pacientes em estado mais grave”.
“Ao reconhecer que o Brasil é mercado e parceiro importante para sua empresa, Jon Selib assegurou que sua empresa está aberta a dialogar com o país. Disse que manteria canal aberto com o consulado para futuras conversas. Agradeceu a iniciativa do encontro e convidou o governo brasileiro a iniciar no mais curto prazo possível conversas sobre vacinas para 2022 e 2023. Mas, não deixo de dizer que ficaria atento a eventuais oportunidades ainda no ano em curso”, escreveu Azevêdo ao chefe do Itamaraty.
Ainda de acordo com o relato da cônsul-geral ao Brasil, o executivo da Pfizer disse que a farmacêutica “quer ajudar o país e os brasileiros neste momento desafiador” e que empresa deve produzir 3 bilhões de vacina contra a Covid-19 em 2021 e 4 bilhões de doses em 2022.