A Polícia Federal (PF) fez buscas em pelo menos dois condomínios de alto luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (25)
A operação, em conjunto com a Receita Federal e com o Ministério Público Federal (MPF), tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa que promete lucros incompatíveis com o mercado financeiro por meio do investimento em bitcoins, as moedas virtuais.
O dono da GAS Consultoria Bitcoin, Glaidson Acácio dos Santos, foi preso no início da manhã desta quarta-feira (25) na Operação Kryptos, da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal (MPF) e da Receita Federal, por suspeita de pirâmide financeira. A PF afirma que a fraude movimentou “cifras bilionárias”.
A força-tarefa encontrou Glaidson em uma mansão no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio. Policiais apreenderam na casa dele reais, dólares e euros em espécie e até barras de ouro. O Bom Dia Rio apurou que o volume de dinheiro vivo surpreendeu os agentes. “Nem na Lava-Jato”, disse um.
Agentes saíram para cumprir nove mandados de prisão e 15 de busca e apreensão no RJ, São Paulo, Ceará e Distrito Federal.
A oferta ao cliente era de contratos de investimentos em criptomoedas com previsão de retorno insustentável sobre o valor investido. Os lucros oferecidos variavam entre 10 e 15%.
Nos últimos seis anos, a movimentação financeira das empresas envolvidas nas fraudes foi grande e aumentou consideravelmente nos últimos 12 meses, de acordo com as investigações. Cerca de 120 policiais federais participaram da ação para cumprir sete mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal.
Os investigados poderão responder, na medida das suas responsabilidades, pelos crimes de gestão fraudulenta/temerária, instituição financeira clandestina, emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 26 anos de prisão.