Ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser indiciado por venda ilegal de joias sauditas, indica investigação da PF
A Polícia Federal planeja incluir no relatório final do inquérito sobre as joias sauditas evidências de que o ex-presidente Jair Bolsonaro estava ciente da venda ilegal dos itens nos Estados Unidos. Segundo a colunista Bela Megale, do O Globo, o material coletado pela corporação sugere que Bolsonaro deu aval para parte da operação comercial das joias.
O caso, que está próximo de ser encerrado, deverá resultar no indiciamento do ex-presidente. Além dele, membros de seu círculo próximo, como assistentes e advogados, também podem ser indiciados. Após a conclusão, o relatório será encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise e possível apresentação de denúncia.
Durante as últimas diligências realizadas em maio nos Estados Unidos, os investigadores obtiveram imagens inéditas e entrevistas que corroboram detalhes sobre a venda e recompra das joias sauditas.
Em outubro de 2019, enquanto ocupava a Presidência, Bolsonaro recebeu um “kit de ouro branco” durante uma visita oficial à Arábia Saudita. O Tribunal de Contas da União (TCU) destacou que as joias pertenciam ao acervo da Presidência e não ao ex-presidente, tornando sua comercialização irregular. Durante as investigações, assistentes de Bolsonaro retornaram aos EUA para recomprar os itens.
Além deste inquérito, a Polícia Federal também está prestes a concluir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, considerada a acusação mais grave contra Bolsonaro. O relatório final pode ser apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em julho.