PF indica Bolsonaro e filho por obstrução e tentativa de golpe

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PF indicia Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro por obstrução de Justiça em inquérito do plano de golpe

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado. Ambos foram responsabilizados por coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

De acordo com as investigações, Eduardo Bolsonaro teria viajado aos Estados Unidos para articular medidas de pressão contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A ida ao exterior foi financiada por Jair Bolsonaro, que, segundo a PF, também deu aval e suporte às ações, incluindo a produção e divulgação de vídeos e mensagens em inglês direcionadas a autoridades norte-americanas. Entre os materiais mencionados, está um pedido de anistia “total e irrestrita”.

O relatório cita ainda repasses financeiros feitos pelo ex-presidente ao filho: entre janeiro e maio deste ano, Jair Bolsonaro teria transferido R$ 111 mil em valores fracionados, além de um depósito de R$ 2 milhões em 13 de maio, confirmado por Eduardo em depoimento à PF.

Articulação internacional

Segundo a investigação, Eduardo Bolsonaro teria buscado apoio político nos Estados Unidos para enfraquecer o STF e conter o avanço das apurações. A PF aponta que ele participou de articulações que teriam influenciado decisões do governo norte-americano, como a taxação de 50% sobre produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, acusado na ocasião de “atentar contra a democracia” e promover uma “caça às bruxas” contra aliados de Bolsonaro.

O pastor Silas Malafaia também é citado como um dos articuladores da pressão internacional. Ele foi alvo de uma operação de busca e apreensão nesta quarta-feira (20).

Descumprimento de medidas cautelares

O relatório da PF destaca ainda o desrespeito de Jair Bolsonaro às medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente, atualmente em prisão domiciliar, foi proibido de utilizar redes sociais próprias ou de terceiros, mas acabou punido após uma declaração sua ter sido publicada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em suas contas oficiais.

Além disso, os investigadores identificaram que Bolsonaro manteve contato com o general Walter Braga Netto, preso em dezembro de 2024, apesar da proibição judicial. Em mensagens de texto, Braga Netto forneceu ao ex-presidente um número “pré-pago” para situações de emergência, sem uso de WhatsApp, apenas FaceTime.

A reportagem tentou contato com a defesa de Jair Bolsonaro, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

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