Ministério de Minas e Energia vê abuso e aciona órgãos de fiscalização; até Lula critica aumento em postos de Brasília
A promessa de alívio no bolso dos brasileiros virou frustração. Mesmo após a Petrobras anunciar uma redução de R$ 0,17 no preço do litro da gasolina, consumidores do Distrito Federal e de Minas Gerais se depararam com aumentos nas bombas. O reajuste contraditório escancarou uma prática recorrente no mercado: o repasse imediato das altas e a resistência — ou omissão — na hora de aplicar quedas.
O Ministério de Minas e Energia (MME) não demorou a reagir. Em nota divulgada nesta terça-feira (8), o governo federal denunciou a elevação dos preços como “injustificada” e cobrou apuração rigorosa de órgãos como ANP, Cade, Senacon e os Procons locais. O ministro Alexandre Silveira foi direto: “Não aceitaremos distorções que penalizam o povo brasileiro”.
A crise no repasse evidencia mais do que ineficiência: sugere oportunismo em um setor já marcado por baixa transparência, concentração de mercado e falhas regulatórias. A indignação chegou ao Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse “surpreso” com relatos de postos em Brasília que aumentaram o preço em até R$ 0,50 mesmo após o corte da estatal.
“Isso não é possível. Quando a Petrobras baixa, os postos não reduzem. Isso é um desrespeito com o consumidor”, disparou Lula na última sexta-feira (4).