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Perseguição Política à Direita no Brasil

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Jair Bolsonaro -Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

 

Por Carlos Arouck

Em meio a um cenário político cada vez mais tenso no Brasil, o debate sobre a suposta “polarização” entre esquerda e direita tem sido questionado por analistas e figuras públicas, que argumentam tratar-se de uma perseguição sistemática contra conservadores e bolsonaristas. Essa narrativa ganhou força com a imposição de tarifas de 50% por Donald Trump sobre produtos brasileiros, citando explicitamente a “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro como motivação. A medida, anunciada neste mêsde julho e efetiva a partir de 1º de agosto, não apenas escalou as tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, mas também destacou o desequilíbrio institucional no país, onde ações judiciais, censura e prisões afetam desproporcionalmente um lado do espectro político. Especialistas afirmam que, se as “agressões” unilaterais cessarem como inquéritos seletivos no Supremo Tribunal Federal (STF) e bloqueios de contas em redes sociais, a alegada “briga” política poderia dissipar, promovendo uma pacificação. No centro dessa crise, emergem acusações de que o governo Lula estaria promovendo políticas que empobrecem o país para colher benefícios eleitorais, enquanto Trump alerta para tentativas brasileiras de driblar as tarifas por meio de re-rotulagem de produtos chineses.

O contexto internacional agrava o cenário interno. Recentemente, Índia e China abriram negociações comerciais com os EUA, distanciando-se de agendas mais radicais do BRICS, como a criação de uma moeda alternativa ao dólar, a ideia atribuída ao presidente Lula da Silva por Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia. Lavrov acusou Lula de impulsionar essa proposta, o que gerou atritos no bloco e especulações de que membros como Índia priorizam relações bilaterais com Washington para evitar tarifas punitivas. Essa fragmentação reflete o isolamento brasileiro em pautas ideológicas, com repercussões econômicas que se somam às tarifas impostas por Trump e reforçam críticas de que o governo Lula estaria intencionalmente enfraquecendo a economia nacional para manter dependência de programas sociais e, assim, garantir apoio eleitoral em camadas mais pobres da população.
A decisão de Trump de elevar as tarifas sobre importações brasileiras para 50% , as mais altas entre os BRICS, foi justificada como retaliação à “caça às bruxas” contra Bolsonaro e seus aliados. Em carta oficial, o presidente americano chamou a investigação sobre Bolsonaro de “vergonha que desrespeita as tradições democráticas do Brasil”, mencionando centenas de ordens de censura secretas emitidas pelo STF. O diretor do Conselho Econômico da Casa Branca reforçou que as medidas visam punir “injustiças graves”, impactando exportações como aço, café e soja. Bolsonaro manifestou “respeito e admiração” pelos EUA, enquanto aliados pressionaram por sanções diretas contra o ministro Alexandre de Moraes. No Brasil, a reação dividiu opiniões: bolsonaristas celebraram como vitória contra a perseguição, mas o governo Lula promete reciprocidade, embora o país já aplique tarifas elevadas efetivamente até 90% em itens como celulares e automóveis, via impostos como IPI e ICMS, o que explica preços dobrados no mercado interno.

O governo Trump enfatizou que a carta com as tarifas ao Brasil é uma consequência direta das ações de Moraes e Lula, em resposta aos ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio dos EUA. A publicação foi compartilhada pelo perfil oficial do escritório para assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA. Trump enviou uma carta impondo consequências há muito esperadas ao Supremo Tribunal de Moraes e ao governo Lula”. Esses ataques, segundo a declaração, “são vergonhosos e desrespeitam as tradições democráticas do Brasil”, com as palavras do presidente Trump sendo claras e acompanhadas de medidas concretas.

Trump foi além, acusando o Brasil de potencialmente driblar as novas tarifas por meio de transbordo ou re-rotulagem de produtos chineses como se fossem nacionais, uma prática comum em outros países para evadir sanções comerciais. Em declarações recentes, assessores como Peter Navarro destacaram que nações como o Brasil poderiam ser usadas como rotas intermediárias para produtos chineses, “colando um rótulo ‘feito no Brasil’” para evitar as taxas mais altas impostas à China. Trump alertou que qualquer mercadoria transbordada para evadir tarifas seria taxada com base no país de origem, mirando diretamente em possíveis manobras brasileiras em aliança com Pequim. Essa acusação intensifica as críticas ao alinhamento de Lula com a China, visto por opositores como uma estratégia que compromete a soberania econômica brasileira.

Críticos do governo Lula argumentam que suas políticas econômicas – incluindo o protecionismo excessivo, o alinhamento com o BRICS e a resistência a reformas liberais estariam deliberadamente empobrecendo o Brasil para criar dependência de assistencialismo estatal, o que beneficiaria eleitoralmente o PT em regiões mais vulneráveis. Analistas apontam que o apoio a Lula se concentra em áreas pobres, onde programas sociais como o Bolsa Família são cruciais, e acusam o presidente de priorizar agendas ideológicas que elevam a inflação e o desemprego, perpetuando um ciclo de pobreza que garante votos. Essa narrativa remete a acusações históricas de corrupção durante seus mandatos anteriores, como na Operação Lava Jato, onde Lula foi condenado por aceitar subornos, embora as sentenças tenham sido anuladas posteriormente por questões processuais. Opositores afirmam que, ao manter altas tarifas e resistir a aberturas comerciais, Lula estaria “plantando” uma economia fraca para colher ganhos políticos em 2026, com o empobrecimento servindo como ferramenta para mobilizar bases eleitorais dependentes do governo. Lula rebate, atribuindo problemas econômicos a heranças de governos anteriores e a interferências externas como as tarifas de Trump.
Analistas dizem que a polarização não é bilateral. Inquéritos do STF miram majoritariamente conservadores, com prisões como a de Daniel Silveira e exílios de jornalistas como Allan dos Santos. Fontes de esquerda veem como “defesa da democracia” contra extremismo, mas dados mostram desproporcionalidade porque mais de 60% dos brasileiros rejeitam o governo por autoritarismo percebido. Se as ações unilaterais cessarem, argumentam especialistas, a paz poderia prevalecer, com Trump possivelmente revogando tarifas como “vitória”.

Apesar das ameaças de retaliação por parte do governo Lula incluindo a imposição de 50% de tarifas sobre bens americanos, especialistas alertam que o Brasil não está preparado para entrar em uma guerra tarifária plena com os Estados Unidos. O país depende fortemente de exportações para o mercado americano, que representam cerca de 10-12% do total, e uma escalada poderia resultar em perdas bilionárias em setores como agricultura e siderurgia, com projeções de retração no PIB de até 1% em 2025. Embora o governo minimize o impacto, afirmando que afetaria menos de 2% do crescimento projetado, críticos destacam vulnerabilidades como a falta de diversificação comercial, infraestrutura logística insuficiente e reservas cambiais comprometidas com dívida externa. Economistas como Paul Krugman classificam as tarifas de Trump como “grotesquamente ilegais”, mas enfatizam que o Brasil, com seu protecionismo histórico, corre riscos desproporcionais em uma briga assimétrica, potencialmente elevando a inflação e o desemprego sem contrapartidas viáveis.

Essa crise expõe vulnerabilidades institucionais e econômicas, com tarifas podendo elevar o dólar e afetar empregos, enquanto pressões internacionais forçam um exame de consciência sobre liberdades civis. Para o Brasil, o caminho à frente exige diálogo: parar a “perseguição” não apenas pacificaria internamente, mas restauraria relações globais, evitando manobras como as acusadas por Trump e políticas que perpetuam o empobrecimento.

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