Periferia venceu e não é favela

Na terça-feira, 25 de março de 2023, a presidente da Federação de Habitação Sol Nascente (Fehsolna), Edilamar Souza (Dila), carinhosamente conhecida na comunidade, e o presidente das favelas do G10, Gilson Rodrigues, foram recebidos em audiência com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin. A agenda era sobre as ações do G10 Favelas no Brasil.

Atualmente, o G10 Favelas conta com representantes em todo o território nacional, e aqui no DF, o representante é Dila, que, junto com outras lideranças de rua, trabalha para transformar vidas por meio da qualificação e capacitação profissional, além de prestar fisioterapia, assistência psicológica, palestras motivacionais, técnicas de empreendedorismo e assistência social.

Muitas ações têm sido realizadas pela Fehsolna, como instituição pioneira na área, e a parceria com o G10 Favelas só se fortaleceu, aumentando as doações de alimentos durante a pandemia e, o mais importante, o apoio às pessoas, já que milhares foram capacitadas, especialmente mulheres.

Foi durante a pandemia que nasceu a ideia do projeto Raízes do Sol, no qual as pessoas assistidas participam com treinamentos em cursos de moda, costura e customização de roupas, especialmente reutilizando jeans, criando peças únicas. O resultado das vendas é dividido entre as participantes do projeto, que incentiva mais mulheres a se qualificarem e buscarem a liberdade financeira desejada. Vale ressaltar que Fehsolna está localizada em Sol Nascente, que, segundo o último censo do IBGE, é considerada a maior favela da América Latina.

A Região Administrativa de Pôr do Sol/Sol Nascente é uma cidade muito boa, com um comércio em expansão e, como qualquer cidade em crescimento, tem seus problemas, principalmente com a ocupação desordenada.

Atualmente, a Fehsolna está finalizando um projeto no qual 600 mulheres estão sendo treinadas simultaneamente em qualificações como maquiagem, manicure e pedicure, costura, fabricação de doces, lanches finos, depilação, entre outros. Esse projeto foi possível por meio da emenda parlamentar do senador Izalci Lucas, que acreditava no poder transformador da educação.

A agenda com o presidente Alckimim é fortalecer parcerias, por meio de projetos relacionados ao G10, para capacitar pessoas em todo o país, promovendo o empreendedorismo social como forma de enfrentar as desigualdades sociais, já que o G10 tem credibilidade internacional, e em Brasília, ações inovadoras serão intensificadas para transformar a vida de milhares de pessoas.

Para Dila, essa aproximação com o Governo Federal é muito importante porque ela só conseguirá ajudar mais pessoas se entender a realidade da população local, principalmente o sofrimento de uma mãe que não tem comida em casa para sustentar os filhos.

Fehsolna convidou o governador Ibaneis Rocha (MDB) através de alguns representantes que aguardam ansiosamente a visita do chefe do Executivo local para conhecer o projeto que atende 600 mulheres.

É importante destacar que a periferia e a favela são realidades distintas, mas muitas vezes são tratadas como sinônimos. A periferia geralmente é composta por bairros afastados do centro das cidades, com maior precariedade em infraestrutura e serviços públicos, mas que possuem residências regulares, enquanto as favelas são aglomerados urbanos informais, com construções precárias e muitas vezes em áreas de risco.

É fundamental valorizar a luta e as conquistas das pessoas que vivem nas periferias, reconhecendo sua importância e respeitando suas especificidades. A busca por melhores condições de vida, acesso à educação, saúde, cultura e lazer deve ser uma luta coletiva, que envolva a sociedade como um todo e que respeite as diferenças e singularidades de cada região.

Portanto, podemos afirmar que tanto a periferia quanto a favela são espaços de resistência e de luta por direitos e reconhecimento, e devem ser tratados com respeito e dignidade, conclui Dila.