Da Redação
Reconhecida em 1987 como Patrimônio Mundial pela Unesco, Brasília, a cidade da arquitetura moderna e Capital da Esperança, é o centro de onde emanam importantes decisões que afetam a vida de milhares de brasileiros. Sendo assim, mistura modernidade e política em suas origens.
Brasília carrega marcas de pessoas cercadas de ousadia, pois muitos foram os que vieram para cá, conhecidos como candangos, para operarem as obras da realização de um sonho. É comum, em pleno 2022, se deparar com relatos da Capital da época do barro vermelho, de cidadãos que resgatam memórias e são essenciais para avanços da cidade.
Mercedes Urquiza é uma argentina que veio para cá em 1957 e tem muitas histórias. “Chegando aqui, após 48 dias de viagem, encontramos cinco mil candangos à espera de novos companheiros de luta. Eles vinham movidos pela vontade de trabalhar e progredir na vida, nós também, mas, acima de tudo, pelo orgulho de construir a nova capital do Brasil sob a liderança de Juscelino Kubitschek, carinhosamente apelidado de presidente bossa nova”, relata.
A argentina assistiu às primeiras chuvas que caíram sobre a terra vermelha que abrigaria a futura capital, andou de jipe dentro do que iria ser o atual Lago Paranoá, pisou nas primeiras ruas abertas, viu desabrochar os primeiros ipês amarelos na W3. Como maior realização, Mercedes diz que “conheci o real significado da palavra solidariedade ao abraçar o sonho coletivo junto com aqueles que depositaram sua coragem e esperança em cada tijolo da nova capital”.
Na última segunda-feira (27), merecidamente, a pioneira de Brasília recebeu pelo vice-governador do DF, Paco Britto (Avante), a medalha Brasília 60 anos, que tem como objetivo agraciar cidadãos relevantes para a história da cidade. “Vou guardar para sempre. É uma honra enorme receber essa medalha, eu não tenho palavras para agradecer”, disse a contemplada.
“É um grande prazer poder entregar essa medalha para alguém que relata tão bem o que é o Distrito Federal, desde sua concepção inicial”, pontuou Paco.
