Parar de comer fast-food pode causar sintomas de abstinência, diz estudo

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Com que frequência você come fast-food? Não responda ainda. Você já tentou parar de ingerir alimentos açucarados e gordurosos e iniciar uma dieta mais saudável, mas falhou vergonhosamente? Se a resposta for sim, talvez você tenha experimentado um efeito semelhante ao da abstinência experimentada por pessoas viciadas em substâncias químicas. A conclusão é de um estudopublicado na revista Appetite.

Dados dos Centros de Dependência Americana revelam que os sintomas mais comuns da abstinência são dores de cabeça, irritabilidade, ansiedade e, às vezes, até depressão. São esses processos que tornam o indivíduo mais suscetível às recaídas. Com base nessas informações, os pesquisadores analisaram o comportamento de 231 participantes que tentaram reduzir ou cortar alimentos como bolos, pizza e batatas fritas do cotidiano.

Os resultados, baseados em auto-relatos, mostraram que a pior fase foi entre o segundo e o quinto dia de abstinência. Nesse período, os indivíduos demonstraram sintomas físicos e psicológicos mais intensos, como tristeza, irritabilidade, cansaço e desejo. “As implicações do estudo sugerem que os sintomas de abstinência podem tornar as mudanças na dieta desafiadoras, contribuindo para que as pessoas voltem aos maus hábitos alimentares”, disse Ashley Gearhardt, co-autora da pesquisa.

De acordo com o site especializado Medical Daily, esse é o primeiro estudo a analisar os sintomas de abstinência alimentar causada por alimentos processados em pessoas. Pesquisas anteriores focaram os esforços apenas na retirada do açúcar. Apesar das descoberta interessante, o estudo apresenta limitações, como não ter observado como cada participante eliminou os alimentos processados da dieta.

Mesmo com o risco de experimentar os sintomas de abstinência – que passam em alguns dias – é recomendado abandonar a dieta gordurosa e iniciar uma alimentação balanceada para evitar riscos de saúde.

Depressão

Segundo estudo publicado no Public Health Nutrition (2012), o consumo de fast-food e de produtos de padarias, como bolos com farinha refinada, croissants e rosquinhas, está associado à depressão, podendo aumentar a suscetibilidade em mais de 50%.

Os indivíduos que consomem esses produtos ainda estão mais propícios a serem solteiros, menos ativos e a terem hábitos alimentares pobres. Fumar e trabalhar mais de 45 horas por semana também são fatores que aumentam os riscos nesse grupo. “Mesmo que a quantidade consumida seja pequena, ela ainda assim está relacionada a uma chance significativa de desenvolver a depressão”, disse Almudena Sánchez-Villegas, coordenadora do estudo.

Outro estudo, publicado no periódico Thorax (2013), indicou que comer fast-food com frequência expõe crianças e jovens a uma série de riscos à saúde, entre eles quadros graves de asma alérgica, eczema (irritação ou inflamação da pele) e rinite. Segundo os resultados, ingerir esse tipo de alimento pelo menos três vezes por semana, em comparação com nunca consumir, aumenta em 39% o risco de os adolescentes apresentarem a forma grave de um desses três problemas. Entre as crianças, a probabilidade foi 27% maior.

Os pesquisadores acreditam que essa relação se deve ao fato de que o alto nível de gordura saturada desses alimentos prejudica o sistema imunológico.

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