País tem deflação de 0,38% em maio, menor resultado do IPCA desde 1998

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,38% em maio, após o recuo de 0,31% em abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 10. Esse é o menor índice desde agosto de 1998, quando a deflação foi de 0,51%.

O resultado foi puxado pela queda de 4,56% nos preços dos combustíveis. No acumulado do ano, a queda é de 0,16%. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 1,88%, abaixo da meta de inflação de 4% do governo para 2020, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo.

“A gasolina é o principal subitem em termos de peso dentro do IPCA e, caindo 4,35%, acabou puxando o resultado dos transportes para baixo, assim como as passagens aéreas, que tiveram uma queda de 27,14% e foram a segunda maior contribuição negativa no IPCA de maio”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

O grupo alimentação e bebidas subiu 0,24%, desacelerando em relação a abril, quando cresceu 1,79%. Após quatro meses seguidos de queda, as carnes tiveram aumento de 0,05%.

Com os preços de serviços e bens barateados pela paralisação econômica durante a pandemia de coronavírus, economistas ouvidos pelo Projeções Broadcast acreditam que a inflação pode fechar 2020 como a menor desde o início do Plano Real, ficando aquém de 1998 (1,65%).

Pelos cálculos do economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, maio deve ter sido o último mês de deflação para o IPCA, que deve avançar cerca de 0,28% em junho, com possibilidade de revisão por causa do anúncio de que a bandeira verde será mantida nas contas de luz até dezembro. Para 2020, a Infinity Asset projeta inflação de 1,66%.

“O IPCA continua num ciclo deflacionário (em maio), mas, nas nossas coletas, parece que isso começou a perder força no momento em que os combustíveis arrefeceram a queda”, explica o economista.

A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, também destaca que os alimentos podem começar a acelerar novamente em junho, por efeito de fatores sazonais dos alimentos in natura, como já se pode observar nos índices semanais. Ela estima alta de 1,60% para o IPCA de 2020 e de 2,70% para 2021. Nesse contexto, vê espaço para a Selic, a taxa básica de juros, ficar entre 1,5% e 2,0%, depois do corte a 2,25% no Comitê de Política Monetária (Copom) de junho.

Estadão Conteúdo

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