Ele aproveitou para apresentar alguns nomes que irão ocupar secretarias, entre eles o de Marcelo Calero, na secretaria de Governo e Integridade Pública. Como na eleição de 2007, a Firjan apoiou o candidato.
Como ocorreu em anos anteriores, o prefeito eleito da cidade do Rio de Janeiro instalou nesta terça 1º o gabinete de transição municipal na sede da Firjan, no Centro do Rio. Este ano, por conta da pandemia e das datas dos dois turnos da eleição, o período de transição será de apenas um mês.
Eduardo Paes concedeu rápida entrevista à imprensa e apresentou três novos nomes, que integrarão a administração municipal: Anna Laura Secco, para secretaria de Conservação; Salvino Oliveira, na secretaria da Juventude; e Ana Ribeiro, que ficará à frente da subprefeitura da Zona Sul.
Já o futuro secretário de Governo e Integridade Pública, Marcelo Calero, apresentou as bases do programa de integridade pública do próximo governo.
Segundo o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, o prefeito eleito enfrentará desafios enormes.
Vieira colocou a federação à disposição da nova administração “para ajudar a avaliar a situação calamitosa em que se encontra hoje o município do Rio de Janeiro”.
Em evento recente, o líder empresarial destacou a importância das parcerias público privadas para alavancar o desenvolvimento das cidades.
“É importante usar o setor privado, com regulação, e trabalharmos mais para o que a sociedade precisa. O Eduardo vai precisar de toda a sociedade para darmos a volta por cima”, disse Gouvêa Vieira.
Auxílio às políticas públicas
A Firjan possui um vasto portfólio de notas técnicas, estudos e dados, que auxiliam na formulação de políticas públicas, no estímulo para a melhoria do ambiente de negócios e para o desenvolvimento da cidade e do estado do Rio de Janeiro. Entre os estudos com foco municipal, destacam-se o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) e o Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF).
Em 2020, a Firjan lançou o Programa Resiliência Produtiva, um conjunto de propostas da federação para a retomada das atividades produtivas e o enfrentamento dos desafios da crise provocada pelo novo coronavírus; o programa de retomada do crescimento em bases competitivas do estado do Rio de Janeiro, por meio parcerias públicas privadas (PPPs); e o documento “Rio a todo gás”, em que aponta caminhos para destravar investimentos em gás natural, que podem alcançar até R$ 45 bilhões no estado.
Trajetória de Paes
Eduardo Paes é bacharel em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Iniciou sua carreira política no início dos anos 1990 como integrante da Juventude Cesar Maia e logo depois foi nomeado Subprefeito da Zona Oeste do Rio de Janeiro por Maia. Foi filiado ao Partido Verde (PV) de 1994 a 1995.
Nas eleições municipais de 1996, Paes foi eleito vereador pelo Partido da Frente Liberal com a maior votação para o cargo, 82.418 votos. Em 1998, elege-se deputado federal com 117.164 votos. Troca de partido em 1999, filiando-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), onde continua até 2001, quando retorna ao PFL.
Já 2001, foi nomeado Secretário do Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro durante a gestão Cesar Maia, com quem rompeu politicamente um ano depois. Após ser reeleito deputado federal em 2002 com 186.221 votos, filia-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) em novembro de 2003.
Em 2006, Eduardo concorreu ao governo do Estado, conquistando pouco mais de 5% dos votos. Declarou apoio ao peemedebista Sérgio Cabral Filho no segundo turno, que venceu a eleição e o indicou para a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer.
Em outubro de 2007, a convite do governador, Paes deixou o PSDB e filiou-se ao PMDB para ser candidato a prefeito do Rio de Janeiro em 2008.
Em uma disputa acirrada, acaba sendo eleito no segundo turno com 50,8% dos votos válidos, derrotando Fernando Gabeira (PV).
Em 2012, reelegeu-se no primeiro turno com 64% dos votos. Em 2018, disputou para governador do estado do Rio de Janeiro e perdeu no segundo turno para Wilson Witzel (PSC).
Operação Lava Jato
Em 2 de junho deste ano, o Supremo Tribunal Federal rejeitou o pedido de arquivamento e decidiu manter a investigação contra o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes e o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) em um processo gerado de uma delação premiada da Operação Lava Jato.
Os dois foram apontados por supostamente terem recebido propina da Odebrecht para facilitar a assinatura de contratos de obras da Prefeitura do Rio de Janeiro relacionadas às Olimpíadas de 2016.
Os advogados de Pedro Paulo e Eduardo Paes pediam o arquivamento da investigação argumentando ao STF que o MPF (Ministério Público Federal) não poderia confiar na declaração dada pelos delatores nem apresentar as informações prestadas por eles na Justiça sem qualquer apuração prévia sobre a veracidade dos depoimentos.
Mas o argumento foi rejeitado pela 1ª turma do STF, que decidiu apoiar a recomendação do relator do caso, o ministro Marco Aurélio, que afirmou que considerou que “a delação premiada é meio de obtenção de prova” e que é “suficiente para autorizar a deflagração de investigação preliminar, visando à aquisição de outras provas destinadas a elucidar fatos supostamente caracterizadores da prática de crime”.