Os pilares do tratamento da osteoartrite

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Metade das pessoas com mais de 75 anos sofre com a artrose.  Foto: Henrik Sorensen/SAÚDE é Vital

 

Também conhecida como artrose, condição é controlada com atividade física, manutenção do peso, remédios e procedimentos como infiltrações

 

Por Francisco da Rocha, reumatologista*

osteoartrite, mais conhecida pelos pacientes como artrose, é o mais prevalente dos problemas crônicos nas articulações. Acomete principalmente a população acima dos 50 anos e, segundo estimativas, atinge metade dos idosos com mais de 75 anos. Hoje, cerca de 40% das consultas nos consultórios dos reumatologistas são motivadas por essa doença, que afeta principalmente as juntas das mãos, dos joelhos, do quadril e da coluna.

A enfermidade está associada ao envelhecimento e ao uso excessivo ou sobrecarga das articulações. O avançar da idade e as atividades do dia a dia levam a alterações na cartilagem, nos tendões, nos músculos e nos ligamentos e ossos, causando dor, inchaço e limitação de movimentos. Nos casos graves, a perda total da cartilagem reduz tanto o espaço articular que as dores e a restrição são intensas, o que impacta profundamente a qualidade de vida.

O diagnóstico é clínico, simples e não é de alto custo – o exame de imagem, quando necessário, é principalmente o raio X. O principal objetivo do tratamento é o controle da dor e a manutenção da capacidade funcional do paciente. Por isso, a doença pode exigir um tratamento multidisciplinar, contemplando o controle do peso por meio de uma reeducação alimentar, exercícios físicos sob supervisão, fisioterapia, além da prescrição de medicamentos como analgésicos e anti-inflamatórios (sempre sob orientação médica por causa dos efeitos colaterais).

Muito se fala também sobre as infiltrações nas juntas, procedimentos que amenizam a inflamação e o incômodo na região afetada. Por isso, a Sociedade Brasileira de Reumatologia acaba de emitir um posicionamento sobre esse tipo de tratamento, receitado principalmente para o controle das dores.

Basicamente, temos dois tipos de infiltrações. Existem as infiltrações com corticoides, prescritas para mitigar surtos de dores agudas, com efeito que geralmente dura algumas semanas. E há a infiltração com ácido hialurônico, uma substância que amortece e lubrifica a articulação afetada pela osteoartrite e que pode apresentar um efeito de cerca de seis meses ou mais.

Ainda não está claro o mecanismo de ação do ácido hialurônico que, apesar do nome, é um tipo de açúcar viscoso produzido pelas células da cartilagem que lubrifica a junta. Ambas as infiltrações são administradas por médicos e podem ser aplicadas mais de uma vez ao ano na mesma junta, dependendo do quadro. À exceção de quando é feita na articulação do joelho, a infiltração com ácido hialurônico requer uso de equipamento de imagem para ser realizada com precisão.

Embora todas as formas de tratamento sejam seguras, o ideal é sempre prevenir a osteoartrite. E isso começa bem antes da idade padrão do seu surgimento. A forma mais eficaz de prevenção é levar uma vida ativa, controlando o peso e praticando regularmente exercícios físicos aeróbicos e de resistência. Nem mesmo a pandemia pode servir de pretexto para o sedentarismo — existem vários exercícios que podem ser feitos dentro de casa com segurança. A falta de exercícios e o sobrepeso são capazes de nos expor, com os anos, à dor e aos danos nas articulações.

* Francisco Airton Castro da Rocha é reumatologista, presidente da Comissão de Osteoartrite da Sociedade Brasileira de Reumatologia e professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará

Veja.com.br

Mais lidas

Bolsonaro pode pegar até 43 anos, diz PGR
Câmara Legislativa aprova 134 proposições ...
Goiás reage às queimadas com força total
...