Uma operação realizada nesta terça-feira (29) em cinco estados – São Paulo, Pará, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul – mira desvios na Saúde. De acordo com nota da Polícia Federal, são cumpridos 278 mandados de busca e apreensão e 76 de prisão temporária. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) fala em 237 mandados de busca e apreensão (180 em SP e 57 nos demais estados) e 64 de prisão temporária, além do sequestro de bens e valores.
Os alvos são pessoas ligadas a um suposto grupo dedicado a desvios de recursos públicos na área da Saúde, destinados à contratação de organizações sociais para a gestão de hospitais públicos. Os suspeitos são empresários e membros da cúpula do governo paraense, além do próprio governador Helder Barbalho.
O secretário de Transportes do Pará, Antônio de Pádua, foi preso nesta manhã. Ele assumiu o cargo em janeiro deste ano. A polícia também prendeu o ex-chefe da Casa Civil do Governo e atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do estado, Parsifal Pontes, e o assessor especial do governador, Leonardo Maia Nascimento.

Foto: Divulgação – 29.set.2020 / Polícia Federal do Pará
As diligências estão em cumprimento nas cidades de Belém, Capanema, Salinópolis, Peixe-Boi, Benevides, no Pará, Goiânia, em Goiás, Araçatuba e diversos outros municípios de São Paulo.
A investigação mira o período de agosto de 2019 a maio de 2020, quando 12 contratos teriam sido firmados entre o governo do Pará e organizações sociais ligadas ao grupo investigado, no valor de R$ 1,28 bilhão.
A ação começou em colaboração com o Ministério Público Federal na cidade de Araçatuba, com desdobramentos na cidade de São Paulo, e conta com o auxílio da Controladoria-Geral da União e da Polícia Civil de São Paulo.
Os investigados podem responder pelos crimes de fraude em licitações, falsidade ideológica, peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas podem chegar a 60 anos de prisão.
As operações realizadas nesta terça são S.O.S. e Raio-X. Atuam nelas a Polícia Federal, a Polícia Civil de SP e outros estados, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de SP (Gaeco/MPSP), além do Deinter 10, de Araçatuba, através da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic).
A investigação durou cerca de dois anos e contou com inquéritos instaurados junto às comarcas de Penápolis e Birigui, em São Paulo.
Nota do governo do Pará
Sobre a operação da Polícia Federal, que ocorre nesta terça-feira (29.09), o Governo do Estado esclarece que apoia, como sempre, qualquer investigação que busque a proteção do erário público.

Foto: Divulgação – 29.set.2020 / Polícia Federal do Pará
(Com informações de Julyanne Jucá, da CNN, em São Paulo, Vianey Bentes e Igor Gadelha, da CNN, em Brasília)