Desvios de bens Valiosos obtidos em viagens oficiais resultam em buscas e apreensões em diferentes cidades do país
Nesta manhã, a Polícia Federal deu início a uma operação de busca e apreensão nos endereços do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid, e do advogado Frederick Wassef, que já atuou como defensor do ex-presidente. A investigação tem como alvo desvios de joias e outros bens valiosos adquiridos pelo ex-ajudante de ordens durante viagens oficiais no governo Bolsonaro, que teriam sido posteriormente vendidos ilegalmente no exterior.
A Polícia Federal acumulou evidências indicando que o pai de Cid, o general Cid, possivelmente teve participação na venda das joias, chegando a usar sua conta bancária no exterior para receber pagamentos relacionados a esses negócios. Além disso, a investigação revelou que Frederick Wassef entrou no esquema com a intenção de recomprar parte desses bens para devolvê-los ao Tribunal de Contas da União (TCU) quando as investigações começaram a focar nas joias oferecidas a Bolsonaro. Além deles, o ex-ajudante de ordens, Barbosa Cid, que está sob prisão desde maio, e o tenente do Exército Osmar Crivellati também foram alvos da operação.
A investigação se concentra em alegações de que os envolvidos utilizaram a infraestrutura do governo brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, os quais foram fornecidos por autoridades estrangeiras durante missões oficiais, e posteriormente foram vendidos no exterior. Os valores adquiridos com essas vendas foram transformados em dinheiro em espécie e incorporados ao patrimônio pessoal dos investigados, conforme divulgado pela Polícia Federal.
Os mandados de busca e apreensão foram emitidos pelo Supremo Tribunal Federal como parte do inquérito das milícias digitais e estão sendo executados em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ). As ações investigadas caracterizam-se como peculato e lavagem de dinheiro, de acordo com a PF.
A operação foi intitulada “Lucas 12:2”, em referência a um versículo bíblico que diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”. Até o momento, a defesa do tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general Cid, não se pronunciou sobre o caso.