Obsolescência programada: o preço alto que o consumidor paga pela “inovação”
O consumidor brasileiro enfrenta uma realidade frustrante: produtos caros e de qualidade questionável que, pouco tempo após a compra, já mostram sinais de obsolescência. Este fenômeno, conhecido como obsolescência programada, é a prática abusiva de grandes empresas em projetar produtos com uma vida útil intencionalmente curta, forçando os consumidores a substituí-los com frequência.
Na União Europeia, legislações de proteção ao consumidor começam a cobrar das gigantes Apple e Samsung respostas e até reparações por essa prática. Já se discutem multas e ações que forçariam essas empresas a prolongar a vida útil de seus produtos e garantir maior transparência sobre durabilidade e manutenções. Mas no Brasil, onde o consumo de tecnologia é altíssimo e os preços chegam a ser mais elevados do que nos países europeus, ainda há pouca resposta concreta.
Apesar de o Código de Defesa do Consumidor oferecer algum respaldo contra abusos, não há regulamentações específicas para obsolescência programada. Com isso, o brasileiro paga caro, e em muitos casos, assume dívidas para adquirir produtos que rapidamente perdem a eficiência, seja por desempenho reduzido, falta de atualização ou peças que simplesmente deixam de ser fabricadas.
O Brasil está atrasado na discussão e na aplicação de políticas que freiem esse modelo predatório, que só interessa a quem lucra com a constante substituição. Até quando o consumidor brasileiro será refém de uma indústria que promove a “novidade” ao preço da durabilidade?