O mal invisível

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Por Miguel Lucena

Os policiais adoecem porque enxergam demais. Convivem com o lado mais sombrio da humanidade, onde caem as máscaras sociais e restam os instintos mais brutos. Estão imersos em um mundo que a maioria prefere ignorar — o mundo do mal invisível.

Esse mal não grita nas ruas, mas sussurra nos bastidores. Age nos interesses velados, nas relações corrompidas, nas tramas que se escondem por trás de fachadas respeitáveis. É abstrato, mas presente.

A mente humana não foi feita para suportar a verdade absoluta da vida, sem os disfarces que a tornam suportável. Esperanças, crenças e ilusões são escudos contra a brutalidade da existência. Mas o policial, ao levantar essas camadas todos os dias, se expõe ao peso insuportável da realidade.

E assim, silenciosamente, vai adoecendo. Porque o mal que enfrenta não está só nos criminosos. Está também na incapacidade de voltar a enxergar o mundo com os olhos de antes.

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