Por Carlos Arouck
Nesta sexta-feira, dia 11 de janeiro de 2019 ocorreu a solenidade de passagem do comando do Exército do General Villas Bôas.
Na História recente do Brasil, algumas poucas personalidades e instituições foram chave para a mudança de rumo do Brasil, como o Ministro da Justiça Sérgio Moro, que teve a coragem de dar seguimento à Operação Lava Jato de combate à corrupção sistêmica dentro dos Três Poderes da República. Outra foi o general. Com uma doença generativa, o ex comandante do Exército soube dizer “não” às várias tentativas de desestabilizar a democracia brasileira. Disse não às diversas solicitações de intervenção militar, disse não a hipótese de apoiar a decretação de estado de defesa nos dias tensos que antecederam o impeachment de Dilma, disse não ao STF na questão de voltar atrás na prisão de condenados em segunda instância, disse não de novo ao STF na tentativa de tirar Lula da cadeia, em plena campanha presidencial, disse não às controvérsia dos três poderes e afirmou que a Força “sempre vai acatar a decisão das urnas”.
Como disse o jornalista Cesar Francisco Alves, “ o poder moderador vem sendo exercido no Brasil pelo comandante do exército, embora não esteja previsto na constituição e dela tenha sido excluída após a queda da monarquia”. Deve-se a Eduardo Villas Bôas a garantia da capacidade de conciliação nos momentos das piores crises. Mal compreendido diversas vezes, foi atacado por todos os lados, pela esquerda, pela direita, pela imprensa, foi chamado de “fascista” por um lado e de “comunista” por outro, porém nada abalou seu prestígio com a Força nem com a população. Um exemplo disso foi a presença maciça de tantos convidados em sua despedida, marcada pela emoção. Villas Bôas representou bem os ideais de Caxias o pacificador, ao seguir à risca os princípios republicanos, garantido sempre a lei e a ordem e a Constituição Federal. Saiu aplaudido de pé.
Se tem um lugar garantido na história e no panteão dos heróis brasileiros, esse é do General de Exército Eduardo Villas Bôas, que apesar de debilitado por sua doença, teve mais força e determinação que muitos e conseguiu salvar o País de situações complexas, de embate político e desentendimentos institucionais, garantido suas instituições e a liberdade do povo brasileiro. Fica o agradecimento ao soldado que não se omitiu e serviu à Nação como um verdadeiro líder. Suas palavras ao final de seu discurso na cerimônia de despedida: “Brasil acima de tudo!” resumem bem o homem simples que tão bem soube cumprir sua missão.
Termino citando Caxias “ Sigam-me os que forem brasileiro!”
* Policial federal, Carlos Arouck é formado em Direito e Administração de Empresas, instrutor de cursos na área de proteção, defesa e vigilância, consultor de cenários políticos e de segurança pública, membro ativo de grupos ligados aos movimentos de rua.