O FUNK DO ESTUPRO

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As redes foram inundadas por incitação ao crime. Um dos hits recentes, acessados por milhões de pessoas, fala em uma “surubinha de leve”, do MC Diguinho, sugerindo que, após embebedar a menina, a turma de homens (criminosos) deveria usá-la sexualmente e largá-la na rua.

Duro é ver a reclamação hipócrita de quem vem estimulando esse comportamento desembestado, sob a capa mentirosa da liberdade de expressão e cultura das favelas, com os bailes funks estilo Sodoma e Gomorra, as roupas periguetes que mostram as partes íntimas sem nada, o consumo desenfreado e aberto de drogas, a exibição de armas de fogo de grosso calibre, o crime e o mal ditando as regras à maioria idiotizada.

Vê-se que a música, de baixo nível, força a ideia de que haja uma cultura de estupro no Brasil. Não há. Existem muitos estupradores, bem como assassinos e ladrões, porém a violência sexual não é cultuada por nenhum segmento, nem mesmo pelos bandidos, os quais aplicam na cadeia a pena de morte aos estupradores.

Existe, mesmo, é um incentivo a esse tipo de cultura do lixo. Já li e vi matérias especiais com esses “gênios” que só falam em regiões glútea e pubiana, violência, inveja e ressentimento.

Se esse tipo de “obra” – no sentido do termo regional nordestino – ganha repercussão, deve ser porque parte da elite pensante acaba justificando os comportamentos desembestados das pessoas que perderam os freios morais do medo, da vergonha e da culpa.

A letra configura crime. O autor e todos que a reproduzem devem responder por incitação ao crime, artigo 286 do Código Penal, com pena prevista de três a seis meses de detenção, ou multa.

Miguel Lucena é Delegado de Polícia Civil do DF, jornalista e escritor.

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