O FIM ANTECIPADO DO GOVERNO LULA

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
De acordo com os médicos, o presidente deverá estar apto a embarcar para seu próximo compromisso internacional: a COP28 - Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

 

Por Carlos Arouck

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma tempestade política e econômica que pode antecipar seu declínio. Em meio a uma crise de popularidade e um cenário econômico que analistas classificam como fracassado, Lula vê sua base de apoio se esfacelar, enquanto a oposição e setores do próprio Congresso testam seus limites.

Pesquisas recentes revelam um declínio significativo na aprovação de Lula. Tradicionalmente um bastião do petismo, o Nordeste registra queda na popularidade do presidente. Segundo levantamentos, a aprovação do governo caiu para 47%, enquanto a desaprovação subiu para 49%, tornando-se a primeira vez na história que a rejeição supera a aprovação.

Os motivos para essa virada negativa são diversos: a inflação persistente, o aumento dos preços dos alimentos e combustíveis, a crise do Pix e a percepção de que o governo não entrega o que prometeu. Além disso, a comunicação falha do Planalto tem dificultado a defesa de suas políticas, alimentando a sociedade insatisfação popular.

Se a crise de imagem já preocupa, o desempenho econômico do governo é ainda pior. Economistas apontam que Lula não conseguiu conter a inflação, levando o país a uma recessão técnica. A alta do dólar, incertezas fiscais e o aumento do custo de vida afetam diretamente a população, reduzindo seu poder de compra.

Os cortes no Bolsa Família e o crescimento do desemprego, especialmente no Nordeste, têm gerado descontentamento generalizado. Além disso, investidores demonstram desconfiança, o que resulta na fuga de capitais e no enfraquecimento da economia. O Brasil, que já foi visto como uma potência emergente, agora enfrenta dificuldades para atrair recursos e manter estabilidade financeira.

O governo Lula também lida com desafios constantes no Congresso, especialmente com o Centrão, bloco que detém grande influência sobre votações estratégicas. Figuras como Ciro Nogueira (PP), Gilberto Kassab (PSD), Arthur Lira (PP) e Marcos Pereira (Republicanos) têm imposto obstáculos ao governo, dificultando sua governabilidade.

Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, lidera a oposição no Senado e articula contra o Planalto. Kassab, presidente do PSD, mantém uma postura pragmática, negociando com o governo, mas sem garantir apoio incondicional. Arthur Lira, ex presidente da Câmara, cobra mais espaço para aliados, enquanto Marcos Pereira sinaliza insatisfação com a distribuição de cargos e influência política.

Essa instabilidade reforça a fragilidade do governo, que precisa equilibrar as pressões do Centrão com sua base mais à esquerda. A falta de habilidade na articulação política tem gerado derrotas e dificuldades na aprovação de pautas prioritárias para o Executivo.

O Fim de uma Era?
A combinação de um governo sem entregas concretas, uma economia em crise e um cenário político adverso coloca Lula em uma posição delicada. O presidente, que outrora teve apoio inabalável, agora vê sua liderança ameaçada por um ambiente de desconfiança e insatisfação.

O cenário de um governo enfraquecido e incapaz de cumprir seu mandato já é uma realidade. O fim antecipado de seu terceiro mandato, seja por pressões políticas, crise econômica ou mesmo impeachment, já não parece uma possibilidade tão remota.

Mais lidas

Licitação para construção de sede da polic...
Colégio Olimpo doa 22 toneladas de aliment...
GDF cria novo modelo de negociação para re...
...