O calor do fim do mundo

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Calor no DF.

 

Por Miguezim de Princesa

 

 

Meu pai sempre me dizia,
O mundo vai se acabar,
Como ocorreu no dilúvio,
Desta vez pode anotar:
Tudo se acaba com fogo
Até a alma queimar.

II
Eu começo a suspeitar
Que o fim do mundo é chegado:
Em tudo quanto é lugar
Faz um calor tão danado
Que o povo anda se arrastando
Com a beira do toba assado.

III
Pra se sentar é de lado,
Protegendo o “cá-pra-nós”,
Tanto queima quanto coça,
O suor desce na foz,
E acabou na farmácia
O estoque de hipoglós.

IV
Valei-me, rogai por nós,
Que tudo quer derreter,
E quem usa paletó
Como é que vai fazer
Com aquele nó de gravata
Em tempo de falecer?

V
O conhecido Irecê,
Quando sentia calor,
Tomava 80 cervejas
Numa caixa de isopor,
Um dia foi tomar 100,
Sumiu e nunca voltou.

Mais lidas

Restaurant Week celebra 65 anos de Brasíli...
Filmes selecionados para o Fica 2025 serão...
CLDF: “Contra a dengue, a favor da vida”
...