O ADMIRADOR, FAZ TUDO E FIEL ESCUDEIRO QUE GEROU A MAIOR CRISE DO GOVERNO BOLSONARO

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Gustavo Bebiano, futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência, do governo Bolsonaro. Brasilia, 04-11-2018. Foto: Sérgio Lima/Poder360

Por Maurício Nogueira e Josiel Ferreira

 

Todo o líder tem a capacidade de amalgamar admiradores de plantão. Em certos casos, resignados e com coragem para dar a própria vida pelo seu líder.

No caso aqui abordado o líder é o presidente Jair Bolsonaro (PSL). O mais que admirador por sua trajetória no papel de faz tudo e fiel escudeiro desde o início da concepção da candidatura do então pré-candidato a presidência, o advogado Gustavo Bebianno, é acusado por bolsonaristas de ter desencadeado a primeira crise do governo Bolsonaro.

O perfil de advogado e lutador de arte marcial, o jiu-jitsu, mais do que admirador do “Mito”, como muitas vezes foi classificado Bolsonaro por seus seguidores em locais públicos, comícios e concentrações em aeroportos, Bebianno chegou a declarar que sentia “amor hétero” pelo presidente da república durante a campanha no ano passado.

Como um fiel escudeiro, talvez para demonstrar proximidade ao seu idolatrado líder cai na esparrela de dizer inverdade quanto a ter conversado com Bolsonaro por três vezes e ter sido desmentido por Carlos Bolsonaro e o próprio Jair Bolsonaro em dois dias. As palavras e a confiança andam lado a lado. Ao que parece, Bebianno quis  exibir intimidade e demonstrar prestígio junto ao “capitão”.

Se não for assim, o que teria levado Bebianno a mentir? E ainda depois dizer que não havia trato de nada que chegasse próximo à Reforma da Previdência ou outro tema mais polêmico?

O fato é que se não tivesse aberto a boca para mentir, na interpretação de todos da família Bolsonaro e os seguidores do pai presidente – nenhum deles saiu em defesa de Bebianno – a chamada primeira crise do governo, apesar de negada pelos assessores palacianos mais próximos, simplesmente,  não teria acontecido.

No frigir dos ovos, Bolsonaro acabou sofrendo um revés de um fiel escudeiro. Bebianno é aquele que, para  muitos, de  admirador, faz tudo e fiel escudeiro passou se transformou em um bode impregnando de odor mal cheiroso pelas salas tanto do Palácio do Planalto quanto do Alvorada.

Bebianno chegou  a dizer que não acreditava que receberia um “tiro na nuca” do presidente após o que fez por ele. Desde seu primeiro encontro, passando pela campanha leal e a articulação para que o PSL fosse o partido que abraçou a candidatura vitoriosa o demissionário ainda acreditava em uma tábua de salvação. Bebianno tentou apelar para o emocional de Bolsonaro, temendo a exoneração. Entendeu-se  tão prestigiado na Secretaria-Geral, porém acabou como um estorvo. Ensejou por ser a primeira baixa do governo Bolsonaro, sem qualquer ambiente para prosseguir na Secretaria-Geral da Presidência da República.

O detalhe é que sai atirando, como se fosse vítima. Sim, fora vítima de sua própria boca, que o colocou em situação de insustentável leveza.

Como se sente vítima, ainda tenta capitalizar afirmando que pede desculpas ao povo brasileiro por ter colaborado para Jair Bolsonaro conquistar a Presidência da República. Choro de quem irá abrir o Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira para ler o que não queria de modo algum. O presidente do Patriota Adilson Barroso, teria alertado a Bolsonaro sobre ganância de Bebianno.

Vale lembrar que Bebbiano foi presidente do PSL entre janeiro e outubro de 2018. Ele autorizou de próprio punho a transferência de R$ 400 mil no centro do esquema de candidaturas laranjas do partido, como revelou a Folha de S. Paulo. Bolsonaro pediu ao ministro Sérgio Moro que investigasse as denúncias com urgência.

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