No segundo dia de julgamento pelo assassinato do líder comunitário Márcio Brito, o empresário Nenê Constantino foi interrogado nesta terça-feira (9) no Tribunal do Júri de Taguatinga, no Distrito Federal.
Acusado de orquestrar a morte do líder comunitário em 2001, quando um grupo ocupava o terreno da viação Pioneira – na época, comandada pelo empresário. O julgamento foi interrompido às 18h, e será retomado a partir das 9h desta quarta (10).
Perguntado sobre a possibilidade de ser mandante da morte do líder comunitário que ocupava o terreno da antiga garagem Viação Pioneira, Constantino negou envolvimento no crime. Ele afirmou aos jurados que soube da morte de Márcio Brito apenas dois dias depois.
Nenê disse ainda que ficou “surpreso e muito triste” por ser indicado como principal suspeito do crime. “É uma covardia muito grande, nunca fiz mal a ninguém”.
Nenê Constantino também negou a acusação de ter oferecido R$ 20 mil reais para que a delegada Mabel Correia, na época, delegada responsável pelo inquérito, parasse de investigar o caso.
Sobre a disputa envolvendo o terreno da antiga Viação Pioneira, em Taguatinga, Constantino afirmou que em 2001 já não era mais dono das terras. Ele diz que, em 1996, tinha passado a propriedade para os dois genros, Eduardo Queiroz e Vitor Foresti, e para mais duas filhas.
“Fui lá uma vez e falei para, os meus genros que lá estavam companheiros de trabalho [membros da associação que ocupavam o terreno], eu tinha responsabilidade sobre eles”. Nenê disse ainda que permitia que os funcionários da empresa morassem em uma construção da antiga garagem.
Todos os cinco acusados pelo homicídio de Márcio Brito depuseram nesta terça. Quarto réu a depor, João Alcides Miranda foi o único a se comover durante o depoimento – e chegou a chorar, quando falou sobre os filhos. Miranda é acusado de ser dono da arma utilizada no homicídio.
Genro de Nenê Constantino, Vitor Foresti foi o último acusado a depor. Está é a primeira vez que ele fala sobre o caso, já que no depoimento anterior à delegada que investigava o assassinato, Foresti permaneceu em silêncio. O genro de Constantino é acusado de oferecer vantagem indevida a uma das testemunhas do caso de homicídio do líder comunitário.
A oitiva dos réus começou na manhã desta terça. Dos cinco acusados, o primeiro a ser ouvido foi João Marques dos Santos. Em seguida o júri ouviu Vanderlei Batista Silva. O réu Nenê Constantino respondeu todas as perguntas da defesa, os questionamentos feitos pelo juiz João Marcos Guimarães e do júri popular, responsável por julgar o caso.
Por volta das 15h20 desta terça, Nenê Constantino foi dispensado do plenário. A defesa solicitou mais uma vez a dispensa do ex-dono da Gol, alegando questões de saúde do réu. O pedido foi aceito pelo juiz por considerar seu “frágil estado de saúde e, inclusive, pelo seu estado ontem, que ao se sentir mal, requereu atendimento médico”.