Novo vírus transmitido pelo borrachudo preocupa especialistas

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Em breve, um novo vírus, que causa febre aguda e, em alguns casos, meningite e meningocefalite, transmitido pelo mosquito borrachudo, pode chegar às grandes cidades brasileiras. Segundo informações da Agência Fapesp, o alerta foi feito durante palestra sobre vírus emergentes na 69ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece até sábado na Universidade Federal de Minas Gerais.

Risco

“O oropouche é um vírus que potencialmente pode emergir a qualquer momento e causar um sério problema de saúde pública no Brasil”, disse Luiz Tadeu Moraes Figueiredo, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), durante o evento.

Aumento de casos

Além do Brasil, casos de febre oropouche, como a doença é chamada, foram relatados no Peru e em países do Caribe. Aqui, o vírus foi isolado em aves no Rio Grande do Sul e em macacos em Minas Gerais, onde foi detectada a presença de anticorpos neutralizantes – que ativa o sistema imunológico para combatê-lo – em um deles, e em Goiás.

Em seres humanos, em 2002, pesquisadores do Departamento de Biologia Celular, da Faculdade de Medicina de  Preto da USP, diagnosticaram 128 casos de pessoas infectadas em Manaus.

Sintomas semelhantes à dengue

Os pacientes apresentavam os sintomas típicos da infecção, como febre aguda, dores articulares, de cabeça e atrás dos olhos. Três deles desenvolveram infecção no sistema nervoso central.

A princípio, todos os pacientes identificados com a doença receberam o diagnóstico de dengue, uma vez que os sintomas são parecidos. Por esse motivo, os pesquisadores têm alertado sobre a incidência da febre oropouche em casos de suspeita de dengue.

Imunodepressão

O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi a associação do vírus em pessoas imunodeprimidas. Um paciente, por exemplo, tinha neurocisticercose – infecção do sistema nervoso central pela larva da tênia (Taenia solium) – e outro, aids.

“Isso mostra que algumas doenças de base ou imunodepressão podem facilitar que o vírus chegue ao sistema nervoso central”. É algo que quase ninguém pensa ao tratar de uma arborvirose e é preciso considerar essa possibilidade.”, explicou Figueiredo.

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