Wilder defende tarifaço e vira as costas para o produtor goiano

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Foto: Wilder Morais Oficial
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Senador aplaude tarifa de Trump que afeta carnes, mineração e indústria goiana enquanto empresários correm aos EUA para tentar reverter prejuízos

 

O senador Wilder Morais (PL) defendeu o tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, que atinge diretamente produtos goianos como carnes e mineração. A manifestação do parlamentar ocorreu durante o ato bolsonarista realizado no último 7 de setembro, em Goiânia, dia da Independência do Brasil. Segundo estimativas do Monitor Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), e da Universidade de São Paulo (USP), o evento reuniu apenas 1,4 mil pessoas, número considerado pequeno diante da mobilização nacional convocada pela extrema-direita.

 

Em discurso, o senador destacou o papel da oposição de extrema-direita no Congresso e enalteceu os movimentos de Trump. “Vocês vieram para a rua e nós, senadores da direita, fizemos a diferença”, afirmou. A manifestação contou ainda com bandeiras dos Estados Unidos e faixas de agradecimento a Trump pela “ajuda” à causa, em referência à tarifa que prejudica diretamente a produção brasileira.

 

A posição de Wilder chamou atenção porque, além de senador, ele já foi secretário estadual de Indústria e Comércio, quando se apresentava como defensor do setor produtivo goiano. Ao apoiar uma medida que impõe tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos Estados Unidos, o parlamentar praticamente virou as costas a segmentos estratégicos da economia estadual, como agronegócio, mineração, indústria de transformação e indústria farmacêutica.

 

O impacto do tarifaço é devastador para Goiás. Ao encarecer produtos exportados, a nova taxação compromete a competitividade das cadeias produtivas locais, inviabiliza negócios já estabelecidos e pressiona setores que operam com margens reduzidas. Além da queda nas exportações, o efeito em cascata inclui volatilidade cambial, aumento de custos de insumos importados, pressão inflacionária, insegurança jurídica e adiamento de projetos industriais e logísticos.

 

O contraste é ainda maior quando se observa a postura do setor empresarial goiano. Nos últimos dias, uma comitiva da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI) esteve em Washington em busca de diálogo com autoridades e empresários americanos para tentar reverter ou mitigar os efeitos do tarifaço. Enquanto os representantes buscavam soluções concretas, Wilder preferiu celebrar a imposição de barreiras comerciais.

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