O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, um dos investigados pela Operação Lava Jato, declarou que “pegou R$ 1,5 milhão em propinas que iriam para o PT”. Segundo ele, o montante foi oferecido por não ter emperrado contratos envolvendo a Torre de Pituba, sede da Petrobras em Salvador.
Duque é um dos réus na ação penal referente à 56ª fase da Lava Jato, batizada de Sem Limites, que aponta fraudes e propinas de R$ 67,2 milhões na construção do edifício. Segundo a Procuradoria, os desvios teriam abastecido campanhas petistas. O fundo de Pensão Petros se comprometeu a realizar a obra, e a Petrobras a alugar o prédio por 30 anos.
Odebrecht ou OAS
O ex-dirigente afirmou que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, perguntou “se estaria bom”, para ele, “receber R$ 1,5 milhão do valor ilícito envolvido nessa obra”. “É claro que R$ 1, 5 milhão é muito dinheiro. Eu aceitei, falei: ‘Aceito, você está querendo me oferecer um milhão e meio, dinheiro que iria pro PT, eu aceito’”.
“Ele, então, me perguntou se eu gostaria de receber esse dinheiro da Odebrecht ou da OAS, que eram os parceiros no consórcio. Aí eu disse para ele o seguinte: “Eu quero receber da Odebrecht, porque eu já tenho um outro dinheiro de um outro ilícito para receber da Odebrecht, combinado com Rogério Araújo” – que era o representante junto à Petrobras”, concluiu.
Em outra parte do depoimento, narra o motivo da preferência de incluir a construtora OAS. “Ele [Vaccari] me disse o seguinte: “Eu não estou satisfeito com essa solução de ser a Odebrecht a construtora. Eu quero incluir também a OAS, porque a OAS tem uma grande relação com o PT. O Leo Pinheiro é um grande amigo e não tem porque uma empresa baiana ficar de fora de um prédio em Salvador. Então, vou trabalhar para que isso ocorra”, contou.
Outro lado
Em nota, a defesa de Vaccari afirmou que “a manifestação do Renato Duque não corresponde à verdade, além do que trata-se de palavra de delator, destituída de qualquer prova a corroborá-la”.
“O Sr. Vaccari, enquanto tesoureiro do PT, solicitava doações legais ao partido e todas elas foram realizadas por meio de depósito bancário na conta do partido, com recibo e prestação de contas às autoridades competentes.” Com informações do Estadão online.
Redação
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