“Quem manda sou eu”, diz Bolsonaro e irá insistir na posse de Ramagem

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
[views count="1" print= "0"]
[tta_listen_btn listen_text="Ouvir" pause_text="Pause" resume_text="Retomar" replay_text="Ouvir" start_text="Iniciar" stop_text="Parar"]

 

O presidente Jair Bolsonaro não se dá por vencido e disse, nesta quarta-feira (29), a apoiadores e jornalistas, na porta do Palácio da Alvorada, que pretende recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele quer nomear Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal, pelo jeito, custe o que custar. 

Mais cedo, o governo tornou a nomeação de Ramagem sem efeito e a Advocacia-Geral da União (AGU) havia divulgado nota oficial informando que não recorreria da decisão de Moraes. Com isso, a nomeação de Ramagem estaria derrubada em definitivo, e o governo teria que procurar um novo nome para o cargo.

“Eu quero o Ramagem lá. É uma ingerência, né? Vamos fazer tudo para o Ramagem. Se não for, vai chegar a hora dele, e vamos colocar outra pessoa”, declarou Bolsonaro.

Recorrer é dever da AGU

Questionado sobre o posicionamento anterior da AGU, Bolsonaro afirmou que recorrer é um “dever do órgão”. E completou: “Quem manda sou eu”.

Se, de fato, a AGU recorrer da decisão de Moraes, o caso deve ser levado à análise dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.

O STF tem se reunido em sessões por videoconferência desde o início da pandemia do coronavírus, votando com prioridade temas ligados à Covid-19. Outros assuntos têm sido levados a julgamento virtual, em que os ministros depositam votos no sistema eletrônico sem o debate em plenário.

Nos bastidores, o que se ventilou é o fato de a maioria no plenário do STF estava com Moraes e impediria a posse de Alexandre Ramagem na direção-geral da PF, no plenário da côrte.

Idas e vindas

O cargo de diretor-geral da PF está vago desde a última sexta (24), quando a exoneração do delegado Maurício Valeixo foi publicada no “Diário Oficial da União”. O ato levou o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a pedir demissão e acusar Jair Bolsonaro de tentar interferir no trabalho da corporação.

Ramagem foi nomeado no “Diário Oficial” desta terça e chegou a ter a posse marcada para esta quarta. Mas, pela manhã, o ministro Alexandre de Moraes emitiu decisão liminar (provisória), a pedido do PDT, e suspendeu a nomeação.

Segundo Moraes, há indícios de desvio de finalidade na posse de Ramagem. Isso porque, de acordo com Sergio Moro, Bolsonaro decidiu mudar o comando da PF para obter informações privilegiadas sobre inquéritos que envolvem os filhos do presidente – o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Pouco após a divulgação da nota da AGU, Bolsonaro deu posse no Palácio do Planalto ao novo ministro da Justiça, André Luiz Mendonça, e ao novo advogado-geral da União, José Levi Mello. As duas mudanças foram derivadas da saída de Moro do governo.

Sonho não realizado

Ao discursar, Bolsonaro comentou a decisão de Moraes e o cancelamento da posse de Ramagem – e afirmou que “brevemente” concretizará o “sonho” de empossar o delegado no comando da PF.

“Uma das questões importantes, que quem nomeia sou eu: a nossa PF não persegue ninguém, exceto bandidos. Respeito o Poder Judiciário, mas antes de tudo respeitamos a nossa Constituição. O Ramagem foi impedido por uma decisão monocrática de um ministro do STF. Eu gostaria de honrá-lo no dia de hoje dando posse como diretor da PF. Tenho certeza que esse sonho meu, mas dele, brevemente se concretizará, para o bem da PF e do Brasil”, declarou Bolsonaro.

Mais lidas

Nota oficial dos presidentes dos três club...
Aluguel Nunca Mais chega a Águas Lindas
Goiás acelera desenvolvimento com inclusão...
...