Projeto Vesta está em fase final dos ensaios clínico

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Máscara PFF2 vesta. Foto: Divulgação/Agência Saúde-DF.
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Fundação de Apoio à Pesquisa do DF fomentou R$ 1 milhão no Edital n° 03/2021 Demanda Induzida referente ao equipamento clínico destinado a inativar vírus

 

 

Por Lucíola Barbosa

 

O apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) foi fundamental durante todo o suporte para o ensaio clínico visando desenvolver a tecnologia no âmbito do projeto Vesta, que tem como protagonista a máscara de mesmo nome. O equipamento clínico passou, com sucesso, durante os estudos pré-clínicos realizados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – referência no tratamento de doenças infectocontagiosas em Brasília, ao inativar vários vírus, como o da covid-19 (alfacoronavírus e betacoronavírus) e o da influenza. A máscara inativou 99% do vírus da gripe, bem como inibiu também fungos e bactérias.

 

Atualmente, o projeto Vesta está em fase final dos ensaios clínicos.

Coordenador Tecnológico e de Inovação da FAPDF, Gilmar Marques || Foto: André Baioff/ASCOM/FAPDF || Foto capa: Divulgação/UnB

A FAPDF foi responsável pelo fomento de R$ 1 milhão no Edital n° 03/2021 Demanda Induzida referente ao projeto de Pesquisa e Inovação e Extensão Máscara com Nanotecnologia para filtragem da covid-19, cujo piloto teve início em 2021, com a caracterização da amostra. Na ocasião, o primeiro ensaio foi feito com aproximadamente 70 profissionais da Saúde, com o indicativo de que a Vesta protegia consideravelmente durante a pandemia. Na semana passada, foram finalizadas as avaliações dos últimos voluntários, cerca de 300 pessoas, entre médicos, enfermeiros e fisioterapeutas.

 

Para o coordenador Tecnológico e de Inovação da FAPDF, Gilmar Marques, o resultado deste projeto demonstra que o fomento em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação realizado pela FAPDF “concilia desenvolvimento tecnológico na academia, com resultado entregue à sociedade, disponibilizando produto e serviço à disposição da sociedade de forma imediata”.

 

Já o professor da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do ensaio clínico, Rodrigo Luiz Carregaro, fez questão de ressaltar sobre a importância do apoio e fomento da FAPDF. “É que esses editais têm sido importantíssimos para modernizar e equipar os laboratórios para renovações de equipamentos que são essenciais para a realização do ensaio, da coleta de dados. Isso fica como um legado para futuras pesquisas. Então, é um investimento importante para girar o complexo de pesquisas e inovação das nossas atividades”, valorizou.

 

Rodrigo Carregaro também chamou atenção para o fato de que ainda não foram analisados os dados de eficácia, apenas dados preliminares. “Os dados pré-clínicos mostraram que a Vesta é inativa para vários vírus, inclusive ela inativou 99% do vírus influenza”, ratificou.

 

Em relação à eficácia clínica da contaminação do vírus, explica o professor, a equipe ainda deverá analisar os dados de efetividade que estão em processamento, e, em seguida, apresentará o resultado final com os dados do ensaio clínico.

 

Desafiador

 

O professor lembrou o desafio em avaliar os trabalhadores em uma situação real como a pandemia. “O Hran foi o hospital referência no tratamento de covid, por isso foi escolhido para termos dados robustos na eficácia do produto. Essa é mais uma das grandes parcerias da universidade com a Secretaria de Saúde do DF que trouxe um produto que apresenta 99% de filtração de partículas, com usabilidade e conforto.”

 

Durante os estudos, os profissionais do Hran foram divididos em vários times e cada um utilizou o equipamento de proteção individual (EPI) por 21 dias consecutivos. A testagem foi feita por meio de questionários e de três exames de RT-PCR (padrão de referência na detecção da covid-19). De acordo com os especialistas, o foco do projeto é aumentar a segurança dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra pandemias. Os colaboradores consideraram a máscara confortável, além de se sentirem mais seguros durante os atendimentos de pacientes de covid-19.

 

Fruto da parceria entre o Governo do Distrito Federal (GDF), centros de pesquisa e setor privado, a tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto Vesta – parte de uma iniciativa maior, coordenada pela Universidade de Brasília (UnB), que envolveu uma equipe de mais de 100 pesquisadores brasileiros de diferentes áreas do conhecimento. A máscara, no modelo PFF2, que recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já pode ser encontrada à venda.

 

100% Nacional

 

Com tecnologia 100% nacional, a Vesta tem baixo custo de fabricação. A inovação, segundo o professor Rodrigo, está na aplicação de nanopartículas na parte filtrante, chamada quitosana (material biodegradável polimérico, extraída da carapaça de crustáceos, como camarão e lagosta, que auxilia na filtração e na inativação de antígenos). A barreira envolve e degrada a membrana do vírus, inativando a contaminação. Por ser tão pequena quanto ele, a trama – espaços formados entre as fibras, também chamados de poros – acaba impedindo a passagem do micro-organismo causador da doença.

 

Além disso, o tecido da Vesta é composto por um tipo de tecnologia que exerce atração eletrostática no vírus. Este é atraído pela superfície por interpretar que está se aproximando de vias aéreas humanas. Dessa forma, uma pessoa infectada que estiver usando a máscara adequadamente não vai contaminar ninguém, porque o vírus será eliminado. O ideal, porém, é que as outras pessoas também estejam protegidas pelo mesmo equipamento.

 

O projeto também contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio de ofertas de bolsas. Trata-se de um produto que teve a interação dos pesquisadores desde a idealização da ideia até os testes de bancadas pilotos.

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