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Agentes federais cumprindo mandados de busca, prisão e afastamento em cinco estados para investigar invasões à infraestrutura de telefonia brasileira. Dois servidores da Abin também sob suspeita de coação
Nesta sexta-feira (20/10), a Polícia Federal iniciou a “Operação Última Milha” com o objetivo de investigar o uso não autorizado do sistema de geolocalização em dispositivos móveis por parte de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). As investigações apontam para invasões repetidas na infraestrutura de telefonia brasileira, levando à emissão de 25 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva e medidas cautelares em cinco estados. Tudo sob a autorização do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com fontes, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin, um software intrusivo, teria invadido a infraestrutura crítica da telefonia no Brasil em diversas ocasiões, com a utilização de recursos públicos. Além do uso impróprio do sistema, as investigações também se concentram em dois servidores da Agência, suspeitos de coagir em razão de possíveis demissões em processos administrativos disciplinares, utilizando seu conhecimento sobre o uso indevido do sistema.
Os indivíduos investigados podem ser responsabilizados por crimes que incluem a invasão de dispositivos informáticos alheios, a formação de organização criminosa e a interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemáticas sem autorização judicial ou sem objetivos permitidos por lei.
A operação está cumprindo 25 mandados de busca e apreensão em diferentes localidades, incluindo 17 no Distrito Federal (Brasília), um em Goiás (Alexânia), dois em São Paulo (um em São Paulo e um em São José dos Campos), dois no Paraná (um em Curitiba e um em Maringá) e três em Santa Catarina (um em Florianópolis, um em São José e um em Palhoça). Além disso, foram emitidos dois mandados de prisão preventiva, ambos no Distrito Federal, e cinco mandados de afastamento, também no Distrito Federal.
A Operação Última Milha representa um esforço para garantir a segurança e legalidade das práticas de inteligência no país e combater irregularidades no uso de sistemas de monitoramento.
