Tatiana Matsunaga passou por diversas cirurgias e está internada em hospital particular
O Ministério Público do DF (MPDFT), recebeu nesta terça-feira (31), o inquérito sobre o atropelamento da servidora pública Tatiana Matsunaga.
Após concluido pela Polícia Civil do Distrito Federal, o MPDFT, vai decidir se apresenta ou não denúncia ou se pede mais investigações sobre o advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem, que dirigia o carro que atingiu a mulher. Paulo Ricardo foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil. Ele está preso preventivamente.
O órgão confirmou a chegada do procedimento, mas disse que, até o início da tarde desta terça, ainda não havia um promotor responsável.
O atropelamento ocorreu na última quarta-feira (25), no Lago Sul, e foi gravado por câmeras de segurança. Segundo as investigações, após uma briga de trânsito, Paulo Ricardo seguiu Tatiana e a atropelou na porta de casa, na frente do marido e do filho. Ela sofreu várias fraturas pelo corpo, passou por cirurgias e está internada em um hospital particular.
À reportagem, o pai da servidora, Luiz Sérgio Machado, afirmou que ela não está mais à base de sedativos, mas ainda não despertou. “Agora depende do organismo dela reagir e acordar. Só depende dela, é o que dizem os médicos.”
Até a última atualização desta reportagem, a defesa do suspeito não tinha se manifestado sobre a conclusão das investigações.
Indiciamento
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Advogado Paulo Ricardo Moraes Milhomem atropelou mulher em briga de trânsito no DF — Foto: Reprodução/CNA-OAB
O delegado Paulo Renato Fayão, da 10ª Delegacia de Polícia, no Lago Sul, afirma que a decisão de indiciar o suspeito foi tomada ainda no dia do crime, diante da situação de flagrante. Após atropelar a vítima, o advogado fugiu mas se apresentou em seguida.
No entanto, a conclusão do inquérito permite que o caso seja encaminhado ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Repercussões
Nesta terça, o Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) julga uma moção para suspender o direito de Paulo Ricardo Moraes Milhomem de exercer a profissão. A sessão está marcada para o fim da tarde.
Na última sexta (27), a Justiça do DF negou um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do advogado. Na ação, ele alegou que não tinha a intenção de ferir a vítima e se sentiu ameaçado na situação. No entanto, o desembargador Roberval Casemiro Belinati entendeu que a prisão deve ser mantida.
Relembre o caso
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Advogado atropela mulher durante briga de trânsito no DF — Foto: Reprodução
O atropelamento ocorreu em frente à casa da vítima, na QL 19 do Lago Sul. De acordo com a Polícia Civil, o suspeito e a mulher discutiram primeiro na rua, na altura da QI 15. Após a briga, o advogado a seguiu até a porta da residência.
As imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que a mulher estacionou no local e o suspeito chegou logo depois. O vídeo aponta que os dois continuaram discutindo e o homem foi até o fim da rua.
Enquanto isso, a mulher desceu do carro e o marido dela saiu de casa, após ouvir os gritos. A discussão continuou entre os três e, em seguida, o advogado atropelou a vítima. O marido dela saiu correndo em direção ao carro, mas voltou para socorrer a esposa.
Versões dos fatos
Em depoimento à polícia, Paulo Ricardo Moraes Milhomem disse que, após a discussão, foi até o fim da rua para manobrar o veículo e ir embora. O advogado alegou que foi impedido de passar pela vítima e o marido.
O suspeito disse que acelerou o carro apenas para sair do local e que “aproveitou um momento em que a vítima chegou um pouco para o lado, tendo a certeza de que a mesma sairia totalmente da frente, quando o veículo passasse”.
Segundo o homem, “em momento algum teve qualquer intenção de lesionar a vítima, estando totalmente arrependido do seu ato”. Disse ainda que não prestou socorro “diante do medo de represálias e porque viu pelo retrovisor que ela já estava sendo socorrida pelo marido”.
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Tatiana Matsunaga foi atropelada e segue em estado grave, no DF — Foto: Arquivo pessoal
Já o marido de Tatiana disse que a mulher foi xingada pelo advogado. Afirmou ainda que “pediu calma e tentou se aproximar para conversarem, mas o autor começou a dar ré no veículo, impedindo sua aproximação”.
Segundo o marido, “Tatiana então retornou ao seu carro, pegou o celular, momento em que o autor acelerou, desviou do declarante e passou por cima da vítima propositalmente, tendo o corpo da vítima sido jogado sobre o capô do carro, caiu a frente e o autor passou por cima, fugindo do local, sem prestar socorro”. (Com informação G1DF)