PF aponta R$ 28,6 milhões suspeitos e mira assessores de deputados do PL em operação no STF

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© Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Relatório revela indícios de desvio da cota parlamentar, lavagem de dinheiro e uso de empresas de fachada envolvendo gabinetes de Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy


A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a identificação de R$ 28,638 milhões em movimentações financeiras suspeitas, sem justificativa plausível, em contas bancárias de assessores ligados aos gabinetes dos deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), além de funcionários do Partido Liberal e pessoas próximas aos parlamentares.

As informações constam em relatório parcial da investigação, cujo sigilo foi levantado nesta sexta-feira (19) pelo ministro Flávio Dino, relator do caso no STF. O documento embasou a deflagração da Operação Galho Fraco, que tem os dois deputados entre os alvos. Segundo dados preliminares da PF, R$ 400 mil em dinheiro vivo foram encontrados em um dos endereços ligados a Sóstenes Cavalcante, atual líder do PL na Câmara dos Deputados.

Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, autorizados por Dino com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). As diligências incluíram buscas pessoais, veiculares e em imóveis vinculados aos parlamentares.

Suspeita de desvio da cota parlamentar

De acordo com a investigação, Sóstenes e Jordy são suspeitos de utilizar locadoras de veículos de fachada para desviar recursos da cota parlamentar, verba pública destinada ao custeio do funcionamento dos gabinetes, incluindo despesas com aluguel de veículos.

A PF aponta indícios de que despesas inexistentes ou irregulares teriam sido pagas com recursos públicos, além de possíveis pagamentos “por fora”, conforme trechos de conversas obtidas em aplicativos de mensagens e anexadas ao relatório.

Reação política

Nas redes sociais, o deputado Carlos Jordy afirmou ser vítima de perseguição e negou qualquer irregularidade.
“Hoje, no aniversário da minha filha, a PF fez busca e apreensão novamente na minha casa por determinação de Flávio Dino. Perseguição implacável!”, escreveu.

A Agência Brasil informou que tenta contato com o deputado Sóstenes Cavalcante ou sua defesa.

Indícios de lavagem de dinheiro

Um dos pontos que mais chamou a atenção dos investigadores foi o padrão de movimentações financeiras identificado como “smurfing”, técnica de lavagem de dinheiro que consiste na realização de saques fracionados para evitar alertas automáticos de fiscalização. Segundo a PF, os saques nunca ultrapassavam R$ 9.999, valor logo abaixo do limite que aciona comunicações obrigatórias aos órgãos de controle.

O maior volume suspeito foi atribuído a Adailton Oliveira dos Santos, assessor especial do PL, por cuja conta passaram mais de R$ 11,4 milhões entre 2023 e 2024. Para a PF, a quantia é “incompatível com a capacidade econômica declarada do titular”.

Outro caso citado é o de Itamar de Souza Santana, secretário parlamentar de Carlos Jordy, que movimentou R$ 5,9 milhões no mesmo período e também foi alvo de buscas nesta sexta-feira.

Quebra de sigilos

Além das buscas, o ministro Flávio Dino autorizou a quebra de sigilos bancário, telefônico e telemático dos deputados e de outras 12 pessoas físicas, além de uma pessoa jurídica. O magistrado também determinou o compartilhamento das informações relevantes com a Receita Federal.

As investigações seguem em andamento e podem ampliar o alcance da operação, aprofundando a apuração sobre o uso indevido de recursos públicos e possíveis crimes financeiros envolvendo assessores e estruturas partidárias.

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