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O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), em entrevista ao Tudo Ok Notícias classificou de “prática sórdida” por “haters” o uso de redes sociais para atacar a imagem de diversos parlamentares. “São esfera, gente que espalha o ódio e calúnias, manchando a honra de pessoas e instituições”, observa o parlamentar.
Uma das medidas adotadas por Pimenta foi acionar o diretor da Polícia Federal, Igor Romário. Inclusive foi entregue dossiê com postagens mentirosas não só em relação a ele, mas também sofridas pela deputada Jandira Fegale (PCdoB-RJ).
Confira a entrevista com o líder do PT.
Tudo Ok Notícias – Osenhor é vítima de fake news com qual frequência? Seus pares também têm encarado esse tipo de problema?
Paulo Pimenta – Tenho sido alvo dessa prática sórdida, assim como outros parlamentares, integrantes do Judiciário e pessoas públicas. As mentiras espalhadas pela internet são um mal de nosso tempo, e os autores delas têm que ser punidos rigorosamente. São haters, gente que espalha o ódio e calúnias, manchando a honra de pessoas e instituições.
Na semana passada, junto com a líder da Minoria na Câmara dos Deputado, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), estive com o diretor da PF, delegado Igor Romário de Paula, para entregar um dossiê com postagens mentirosas que nos envolviam, juntamente com mais dois outros deputados, com a maquinação de um suposto atentado que seria realizado no dia 26, nas manifestações pró-Bolsonaro.
Coincidentemente, foi justamente no dia em que se descobriu na Europa uma gigantesca rede de fake news. Pedimos à PF a abertura de investigação para processar e punir os responsáveis pela mentira. É bom frisar que muitas dessas postagens se inserem numa escalada de ódio estimulada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL), seus filhos e apoiadores radicais de extrema direita.
Tudo Ok Notícias – Como o Parlamento pode colaborar para coibir essa atividade que prejudica muito não só as autoridades?
Paulo Pimenta – O Parlamento tem sido um dos principais alvos dos ataques de militantes de extrema direita, que não têm compromisso com as instituições, a democracia e conquistas civilizatórias que alcançamos ao longo de décadas.
Muitos deles defendem retrocessos. Uma das contribuições importantes para punir e combater esse mal seria a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, que já está no forno e é de autoria do deputado federal Alexandre Leite (DEM-SP).
A CPMI destina-se a apurar a utilização de perfis falsos nas redes sociais usados para disseminar ofensas contra autoridades. Hoje, há verdadeiras milícias virtuais utilizadas para atacar a honra dos integrantes do Executivo, Legislativo e Judiciário, mas também de pessoas fora da alçada do poder público.
É preciso dar um basta à disseminação do ódio e desinformação, prática que prejudica a sociedade brasileira como um todo. A CPMI é fundamental também para sabermos de que forma são financiadas estas ações e por quem. Mas o Parlamento pode contribuir mais, com uma legislação que colabore para a constituição de uma cultura de respeito à verdade e de uso ético das redes sociais junto às novas gerações.
Nesse sentido, protocolei no início do ano Projeto de Lei 559/2019 que trata da inclusão, no currículo escolar do ensino fundamental e médio, de disciplina sobre a utilização ética das redes sociais – contra a divulgação de notícias falsas.
Tudo Ok Notícias – O STF já se posicionou no sentido de combater as fake news. O senhor acredita que surtirão efeitos satisfatórios?
Paulo Pimenta – Acredito que a posição do STF coincide com a maioria dos integrantes do Parlamento e das entidades da sociedade civil que se posicionam contra os que usam as redes sociais para enfraquecer a democracia, estimular a intolerância e a violência, comprometendo as bases de convivência civilizada na sociedade.
Tudo Ok Notícias – Quais as providências judiciais o senhor tomará em relação ao fato recém-ocorrido, no qual alguém se passou pelo senhor nas redes sociais?
Paulo Pimenta – Como anunciei no dia 26, quando se difundiu mentira de que eu teria ofendido os nordestinos, vamos entrar na Justiça contra o autor ou os autores da fake news, para a devida responsabilização, com reparação penal e civil.
É preciso ressaltar um detalhe importante que se encaixa nesse contexto: o presidente da República, Jair Bolsonaro, ao espalhar com muita frequência fake news, acaba estimulando a prática por parte de seus seguidores ou mesmo daqueles descompromissados com a democracia e o respeito à pluralidade de pensamento.
Precisamos dar um basta a essa prática. Ela é danosa à população brasileira.
Foto: Divulgação/Internet
