Papa Leão XIV exalta jornalismo ético em tempos de manipulação digital

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Vatican News
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 O direito à informação plural frente às pressões modernas

Por Simone Salles

Nesta semana, o Papa Leão XIV defendeu a importância de uma imprensa livre, plural e confiável ao receber os participantes da 39ª Conferência da Associação MINDS International, rede global que reúne as principais agências de notícias do mundo. O encontro ocorreu no Palácio Papal. Em seu discurso, o Santo Padre ressaltou que o jornalismo não é apenas uma profissão, mas um direito que deve ser protegido por todos contra a manipulação e a mentira. Ele lembrou que muitos profissionais arriscam suas vidas para revelar realidades de guerra, injustiça, dor, e que sem esse esforço, permaneceriam ocultas. 

Na análise de Leão XIV, a informação deve ser encarada como “bem público” e  as agências de notícias têm papel fundamental como antídoto contra a desinformação, o sensacionalismo e as narrativas distorcidas que proliferam nas redes. Segundo ele, essas instituições precisam exercer seu trabalho com rigor e seriedade, criando uma espécie de “barreira” contra quem divulga mentiras.

“Quem trabalha numa agência, como bem sabeis, é chamado a escrever rapidamente, sob pressão, até em situações muito complexas e dramáticas. Com maior razão, o vosso serviço é precioso e deve ser um antídoto contra a proliferação de informação “lixo”; portanto, requer competência, coragem e sentido de ética”, enfatizou.

O Papa também alertou para os riscos trazidos pela inteligência artificial e pelos algoritmos, questionando quem controla essas ferramentas e com quais intenções. Ele destacou que não basta produzir e distribuir informação rapidamente: é preciso garantir que ela seja verdadeira e que respeite a dignidade humana, sob pena de permitir que interesses econômicos ou políticos tomem conta do processo comunicacional. 

Leão XIV insistiu que, em uma era marcada pela degradação informativa, o jornalismo deve resistir à pressão de ideologias e divisões com o intuito de manter a qualidade do trabalho jornalístico. Ele citou o ensino de pensadores como a filósofa política alemã de origem judaica, Hannah Arendt, para lembrar que regimes totalitários prosperam justamente quando a realidade e a ficção se misturam, tornando difícil distinguir o que é fato do que não é. 

O discurso papal reforça que informação correta e plural não é luxo, mas condição indispensável para que indivíduos e comunidades façam escolhas livres e conscientes. Ele convoca jornalistas, cidadãos e instituições a protegerem esse direito essencial diante dos desafios contemporâneos. 

Frente às novas tecnologias, à proliferação de notícias falsas e à concentração de poder comunicacional, a defesa papal do direito à informação correta é um lembrete da missão social do jornalismo, não apenas como prestador de serviço, mas como garantidor da democracia, da dignidade humana e do bem comum.

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