Agência Brasileira de Inteligência colabora com investigação e afasta servidores envolvidos, enquanto Ministério Público revela detalhes da operação
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) se encontra no centro da Operação Última Milha, que resultou na prisão de dois de seus servidores e no afastamento do terceiro na hierarquia do órgão. A investigação revelou o uso ilegal de um sistema de geolocalização de telefonia móvel para espionagem contra opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo jornalistas e membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu US$ 171,8 mil com um dos alvos.
Em resposta, a Abin divulgou uma nota em que informou que o sistema de geolocalização foi adquirido em 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB), e passou por uma correição extraordinária em fevereiro de 2023, conduzida por sua Corregedoria-Geral. A Agência ainda revelou que, desde 21 de março, foi instaurada uma sindicância interna para investigar suspeitas de uso ilegal do sistema por seus servidores.
A nota da Abin destacou que todas as solicitações da Polícia Federal e do STF foram prontamente atendidas pela agência, que cooperou com as autoridades desde o início das investigações. Além disso, a Abin assegurou que cumpre rigorosamente as decisões judiciais, incluindo as emitidas na manhã da sexta-feira (20). Como medida cautelar, os servidores sob investigação foram afastados. A agência reafirmou que o referido sistema deixou de ser utilizado em maio de 2021 e enfatizou o compromisso da gestão atual e de seus servidores com a legalidade e o Estado Democrático de Direito.
Por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, dois servidores da Abin, Rodrigo Colli e Eduardo Arthur Yzycky, foram presos, e o secretário da Abin, Paulo Maurício Fortunato Pinto, bem como outros quatro servidores do órgão, foram afastados de suas funções.
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