Nova classificação da pressão arterial exige atenção redobrada

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Brasil redefine pressão arterial e aciona alerta de saúde

 

Por Simone Salles

O famoso “12 por 8”, que por décadas foi sinônimo de pressão normal, já não carrega mais a mesma tranquilidade. A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Nefrologia e Sociedade Brasileira de Hipertensão, passou a classificar esse valor como pré-hipertensão. 

A decisão segue uma tendência internacional, baseada em estudos que mostram que mesmo pressões consideradas “limítrofes” aumentam o risco de infarto, acidente vascular cerebral e lesões em órgãos como rins e olhos. A mudança tem um objetivo claro: identificar precocemente quem está no caminho da hipertensão e incentivar ajustes de estilo de vida antes que o problema se instale de forma definitiva.

Com a nova tabela, apenas pressões abaixo de 120 por 80 mmHg são consideradas normais. Entre 120/80 e 139/89 mmHg, a classificação passa a ser pré-hipertensão; de 140/90 a 159/99 mmHg, trata-se de hipertensão estágio 1; de 160/100 a 179/109 mmHg, estágio 2; e a partir de 180/110 mmHg, estágio 3. Isso significa que milhões de brasileiros que até ontem eram vistos como “normotensos” agora fazem parte de um grupo de risco que exige atenção especial.

Estar nessa faixa não significa que a pessoa precisará, de imediato, de medicamentos. A recomendação inicial é investir em mudanças de hábito: adotar uma alimentação equilibrada, reduzir o sal, praticar atividade física regular, manter o peso adequado, evitar tabaco e excesso de álcool, além de controlar o estresse e buscar noites de sono adequadas. Caso o indivíduo já tenha alto risco cardiovascular ou não consiga estabilizar a pressão apenas com ajustes no estilo de vida, o médico pode indicar tratamento farmacológico ainda na fase de pré-hipertensão.

Os especialistas reforçam que, junto com a mudança de classificação, é fundamental cuidar da forma como a pressão arterial é medida. Erros comuns podem levar a resultados equivocados e aumentar a ansiedade da população.

O ideal é que a aferição seja feita em ambiente calmo, após três a cinco minutos de repouso, sem ingestão de café, cigarro ou álcool nos 30 minutos anteriores. A pessoa deve estar sentada, com as costas apoiadas e os pés firmes no chão, enquanto o braço fica na altura do coração, apoiado e sem roupas que apertem. A braçadeira precisa ter o tamanho correto, posicionada de dois a três centímetros acima da dobra do cotovelo.

O uso de aparelhos validados é indispensável: os digitais de braço são os mais indicados para uso doméstico, enquanto os de pulso tendem a apresentar erros caso não estejam bem posicionados. Também é recomendável realizar duas ou três medições em momentos diferentes para ter uma média mais confiável.

A nova classificação certamente vai aumentar o número de brasileiros considerados em situação de alerta, mas a expectativa das entidades médicas é que, a longo prazo, a medida contribua para reduzir a incidência de doenças cardiovasculares, principal causa de morte no país. 

Mais do que um rótulo, o diagnóstico de pré-hipertensão deve ser entendido como uma oportunidade de prevenção. Em outras palavras: a pressão “normal” agora precisa ser mais baixa, e essa é uma chance para repensar hábitos antes que o corpo cobre o preço com doenças graves.

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