O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez nesta terça-feira duras críticas à força-tarefa da Operação Lava Jato por ter apresentado uma nova denúncia contra o ex-ministro José Dirceu justamente no mesmo dia em que a Corte analisaria um habeas corpus a seu favor. Ao votar pela revogação da prisão preventiva do petista, o ministro afirmou que o STF não poderia ceder à pressão dos procuradores, a quem chamou de “jovens sem vivência institucional”.
“A imprensa publica que as razões que os valorosos procuradores de Curitiba dão para a data de hoje é porque nós julgaríamos o habeas corpus hoje (…). Já foi dito da tribuna [pelo advogado de defesa de Dirceu, Roberto Podval]. Se nós devêssemos ceder a esse tipo de pressão, quase que uma brincadeira juvenil, são jovens que não têm a experiência institucional nem vivência institucional, então eles fazem esse tipo de brincadeira… Se nós cedêssemos a esse tipo de pressão, nós deixaríamos (…) de ser ‘supremos’. Nem um juiz passaria a ser ‘supremo’. Seriam os procuradores. Quanta falta de responsabilidade em relação ao Estado de Direito”, afirmou Gilmar Mendes ao ler o seu voto, que desempatou o julgamento pela anulação da prisão de Dirceu.
Além de Gilmar, votaram para tirar da cadeia o ex-homem forte do governo Lula os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Os votos vencidos foram do relator da Lava Jato na corte, Edson Fachin, e do decano Celso de Mello, que defendiam a manutenção da prisão preventiva. Os cinco ministros integram a Segunda Turma do STF.
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