‘Mounjaro’: Caneta de ouro no alvo

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
[views count="1" print= "0"]
[tta_listen_btn listen_text="Ouvir" pause_text="Pause" resume_text="Retomar" replay_text="Ouvir" start_text="Iniciar" stop_text="Parar"]

Pressão de multinacional contra a manipulação da tirzepatida é criticada no Senado por risco de monopólio, preços altos e restrição de acesso a tratamentos no Brasil

 

A farmacêutica multinacional Lilly é acusada no Senado de pressionar contra a manipulação, em farmácias brasileiras, da tirzepatida — princípio ativo do Mounjaro. O medicamento, concorrente do Ozempic (semaglutida) no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, é vendido no Brasil a preços elevados, que chegam a quase R$ 2,4 mil por caixa, frequentemente parcelados pelos consumidores.

Sob o argumento de “proteção à saúde pública”, a empresa defende restrições à manipulação do princípio ativo. A justificativa, no entanto, tem sido contestada por parlamentares, que veem na iniciativa uma tentativa de eliminar a concorrência das farmácias de manipulação e preservar a exclusividade comercial no mercado nacional.

Da tribuna do Senado, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou a possível proibição e apontou interesses econômicos por trás da pressão exercida pela multinacional. Segundo ela, a atividade das farmácias de manipulação é legal, ocorre mediante prescrição médica individualizada e está amparada pela Lei nº 9.279/1996, além de ser reconhecida pela Anvisa em notas técnicas, desde que cumpridas exigências rigorosas de qualidade.

“A narrativa de ilegalidade é uma falácia”, afirmou a senadora, alertando que a restrição à manipulação pode criar um vácuo no abastecimento, já que a própria detentora da patente não teria capacidade de suprir a demanda nacional. Para Thronicke, a consequência direta seria o estímulo ao mercado ilegal e ao contrabando de medicamentos sem controle sanitário.

A senadora defendeu o fortalecimento da fiscalização, e não a proibição, como caminho para proteger pacientes e coibir irregularidades. “Proibir a manipulação não apenas cria um monopólio, como deixa milhares de pessoas sem acesso ao tratamento”, disse, classificando a medida como um retrocesso com impactos econômicos, sociais e no emprego.

“Não podemos ceder à pressão de interesses privados que visam apenas o lucro. A saúde do povo brasileiro não está à venda”, concluiu, ao pedir apoio dos demais senadores em defesa da livre concorrência, do acesso a medicamentos e do direito de escolha dos pacientes.

Mais lidas

‘Mounjaro’: Caneta de ouro no alvo
Previdência exonera número dois após nova ...
Hran realiza 600 atendimentos para identif...
...