O ministro da Justiça, Sérgio Moro, teve que divulgar nota na qual rebate mais uma vez texto divulgado pelo site The Intercept nesta noite de quinta-feira (21), segundo o qual o procurador Deltan Dallagnol, em supostos diálogos no aplicativo de mensagens Telegram, reporta orientação do então juiz federal Sérgio Moro ao ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. De acordo com o site, o diálogo se deu no dia 13 de março de 2017. O jornalista Glenn Greenwald classifica Moro de promotor-chefe da Força Tarefa da Lava Jato.
Durante audiência pública no Senado quarta-feira (19), senador Nelsinho Trad (PSD-MS) indagou ao ministro da Justiça se Moro, em supostos diálogos tornados públicos na semana passada, teria dito a Dallagnol que uma procuradora é excelente profissional. Mas que em audiência não “ia bem”. Em seguida teria dito para que ela fizesse um treinamento. Trad quis saber se houve orientação uma substituição da procuradora.
“Não podemos tomar por autênticas essas mensagens. Pelo teor das mensagens, se elas realmente forem autênticas, não tem nada de anormal nessas comunicações. Em nenhum momento no texto há alguma solicitação de substituição daquela pessoa. Tanto que essa pessoa continua e continuou realizando audiências, realizando atos processuais, até hoje, dentro da Operação Lava Jato”, respondeu Moro na audiência.
The Intercept divulgou que Dallagnol teria encaminhado o diálogo dele com o então juiz ao colega Santos Lima e dito, citando outros dois procuradores:
13:17:26 Deltan: Vamos ver como está a escala e talvez sugerir que vão 2, e fazer uma reunião sobre estratégia de inquirição, sem mencionar ela.
13:18:11 Carlos Fernando: Por isso tinha sugerido que Júlio ou Robinho fossem também. No do Lula não podemos deixar acontecer.
Promotor-chefe
The Intercept concluiu que Moro comandou a força-tarefa da Lava-Jato, violando as regras éticas e que ele teria se comportado como “promotor-chefe”. E revelaria uma contradição com que Moro afirmou durante audiência realizada no Senado.
Segue, abaixo, nota divulgada por Moro sobre o vazamento do The Intercept:
“Sobre suposta mensagem atribuída ao Ministro da Justiça e Segurança Pública esclarece-se que não se reconhece a autenticidade, pois pode ter sido editada ou adulterada pelo grupo criminoso, que mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou antiética. A suposta mensagem já havia sido divulgada semana passada, nada havendo de novo.
Na suposta mensagem não haveria nenhuma contradição com a fala do ministro ao Senado Federal, como especulado. Cabe esclarecer que o texto atribuído ao Ministro fala por si, não havendo qualquer solicitação de substituição da procuradora, que continuou participando de audiências nos processos e atuando na Operação Lava Jato.”
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