Michelle Bolsonaro despenca no Índice Datrix; Lula assume liderança digital rumo a 2026
O Índice Datrix Presidenciáveis (IDP) de agosto, divulgado nesta segunda-feira (1º), apontou uma mudança significativa no cenário digital para as eleições de 2026. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que liderava o ranking em julho, caiu para a sétima colocação, com IDP de 11,88 pontos (-53%).
Segundo o levantamento, a queda está associada ao predomínio de notícias negativas envolvendo investigações da Polícia Federal e escândalos financeiros. Esses fatores derrubaram sua nota em mar aberto — que reflete menções de influenciadores, veículos de imprensa e políticos — de +2,18 para -6,93, além de reduzirem em 55% o engajamento de suas próprias redes sociais.
Lula na liderança
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu a primeira posição, com IDP de 24,39 pontos (+15%). O resultado foi impulsionado pela melhora em mar aberto, que passou de -2,31 para -0,14, sinalizando equilíbrio entre defensores e críticos — um cenário raro para mandatários no exercício do cargo. Além disso, Lula registrou um salto de 55% no engajamento de suas páginas oficiais.
Programas sociais como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Desenrola Brasil e o novo PAC, somados à sua agenda internacional — marcada pela Cúpula da Amazônia e pela defesa da soberania nacional frente aos Estados Unidos —, reforçaram sua imagem de liderança global ativa e ampliaram sua projeção como favorito para 2026.
Ciro e Tarcísio em destaque
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) subiu da sexta para a segunda posição, alcançando 16,62 pontos (+71%). O desempenho foi impulsionado pela especulação sobre sua possível ida ao PSDB e pelo crescimento do engajamento em suas redes, que passou de 0,08% para 1,87%. O movimento fortaleceu sua narrativa como alternativa de “terceira via”.
Já o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ficou em terceiro lugar, com 15,54 pontos (+17%). O crescimento digital foi expressivo, com alta de 310% no engajamento. Porém, 57% das menções em mar aberto seguem negativas, especialmente de bolsonaristas que o acusam de traição.
Outros nomes
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Ratinho Júnior (PSD-PR): quarto colocado, com 15,47 pontos (+14%), destacou-se pelo melhor desempenho em mar aberto, mas ainda enfrenta baixa performance em suas próprias redes.
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Eduardo Bolsonaro (PL-SP): quinto lugar, com 13,67 pontos (+35%), mantém força em sua base digital, mas amarga um dos piores desempenhos em mar aberto (-10,50), prejudicado por acusações de radicalismo.
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Ronaldo Caiado (União Brasil-GO): sexto colocado, com 13,43 pontos (+71%), reduziu parte da negatividade em mar aberto e consolidou-se como referência da direita tradicional.
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Eduardo Leite (PSD-RS): oitavo lugar, com 6,58 pontos (-28%), sofreu críticas por sua postura considerada “em cima do muro” diante da prisão de Jair Bolsonaro.
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Romeu Zema (Novo-MG): segue na lanterna, com nota negativa (-1,90), em razão da repercussão negativa de falas consideradas xenofóbicas sobre o Nordeste.