Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, se entregou em São Vicente; três suspeitos já foram detidos e outros seguem foragidos
A Polícia Civil prendeu, na noite de sexta-feira (19), Rafael Marcell Dias Simões, conhecido como Jaguar, suspeito de participar da execução do delegado Ruy Ferraz Fontes, ex-diretor-geral da corporação. O homem se entregou no Plantão Policial de São Vicente, no litoral paulista, e deve ser encaminhado para o presídio neste sábado (20).
A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito horas antes, atendendo a pedido da Polícia Civil. Outros dois envolvidos, Dahesly Oliveira Pires e Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, também foram presos, ambos em prisão temporária de 30 dias.
Seguem foragidos Felipe Avelino da Silva, Flávio Henrique Ferreira de Souza e Luiz Antonio Rodrigues de Miranda. Há ainda suspeita de participação de Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido como Azul, mas sua prisão não foi decretada.
O crime ocorreu na segunda-feira (15), em Praia Grande, quando o delegado retornava para casa. Ele dirigia um Fiat Argo que passou a ser perseguido por criminosos em uma Toyota Hilux. Fontes chegou a reagir, disparando contra os suspeitos, mas acabou batendo em um ônibus e sendo executado por volta das 18h20.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que não há dúvidas sobre o envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no crime. Segundo ele, resta apurar se a motivação está ligada à atuação recente do delegado na região ou a fatos antigos, como sua participação na prisão de Marcola, líder da facção.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou a prisão de Jaguar e informou que “as forças de segurança seguem mobilizadas para identificar e prender todos os envolvidos no crime. Diligências estão em curso para elucidar todas as circunstâncias e responsabilizar os envolvidos”.
Promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) classificaram o caso como um “crime de máfia”. Fontes já havia sobrevivido a uma tentativa de execução em 2010, em razão de sua atuação contra o PCC.
Após o atentado, equipes da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) foram enviadas ao litoral para reforçar as buscas, em uma resposta enérgica ao assassinato do ex-chefe da Polícia Civil paulista.