A ajuda polpuda não faz parte dos planos de Bolsonaro e o presidente poderá ser questionado. Ele defende utilizar instrumentos no âmbito da ONU ao lado dos demais países da região amazônica
O presidente Jair Bolsonaro se reunirá na manhã desta terça-feira (27) com governadores de estados da Amazônia para discutir ações de combate às queimadas na região. Eles ouvirão que os quase R$ 90 milhões do G7 serão recusados.
O encontro está marcado para as 10h e ocorrerá no Palácio do Planalto quatro dias depois de o presidente ter assinado um decreto autorizando o envio de tropas das Forças Armadas à Amazônia.
A Amazônia Legal é composta por nove estados e todos pediram ao governo federal a atuação dos militares. Já pediram o envio das tropas: Acre; Amapá; Amazonas; Pará; Rondônia; Roraima; Tocantins; Mato Grosso; e Maranhão.
No último sábado (24), os governadores do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal divulgaram um documento no qual pediram a cooperação do governo federal no combate às queimadas. Os gestores defende a elaboração de um plano permanente combate a incêndios para a região amazônica.
“Solicitamos à vossa excelência imediatas providências no sentido de viabilizar a cooperação das estruturas dos estados da Amazônia Legal e as do governo federal no emprego específico de combate a focos de incêndio na floresta amazônica do Estado brasileiro, com apoio material para enfrentamento efetivo ao desmatamento e incremento às ações de fiscalização de atividades legais”, traz o documento.
Onix eleva tom
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, confirmou a rejeição aos recursos do G7 e mandou recado para o presidente da França. “Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa. O Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio em uma igreja que é um patrimônio da humanidade e quer ensinar o quê para nosso país? Ele tem muito o que cuidar em casa e nas colônias francesas”, disse o ministro ao jornalista Gerson Camarotti.
“O Brasil é uma nação democrática, livre, e nunca teve práticas colonialistas e imperialistas como talvez seja o objetivo do francês Macron. Aliás, coincidentemente, com altas taxas internas de rejeição”, acrescentou o ministro da Casa Civil. O Palácio não explicou o porquê da recusa.
Bolsonaro aposta em uma solução regional de cooperação entre os países da região amazônica para combater os focos de incêndio da floresta. O presidente da Colômbia, Iván Duque, esteve neste sábado com o presidente brasileiro. Em nota, Itamaraty pede ação de países no âmbito de mecanismos existentes na Organização das Nações Unidas (ONU).