Ciro Nogueira e a federação que não vingou

Compartilhar:
Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
[views count="1" print= "0"]
[tta_listen_btn listen_text="Ouvir" pause_text="Pause" resume_text="Retomar" replay_text="Ouvir" start_text="Iniciar" stop_text="Parar"]

Ex-ministro de Bolsonaro vê sua influência política se desgastar após o fracasso da federação com o União Brasil e enfrenta críticas por centralizar decisões e priorizar o poder em vez de projetos

 

 

Em um cenário político em que o discurso de renovação se tornou obrigatório, Ciro Nogueira parece seguir o caminho oposto. O presidente nacional do Progressistas (PP) age como um cacique preso ao passado, movido mais pela manutenção do poder do que por qualquer projeto de país.

A tentativa frustrada de criar a federação entre o PP e o União Brasil expôs o estilo que há muito define a trajetória do ex-ministro de Jair Bolsonaro: centralizador, calculista e disposto a atropelar aliados em nome da própria sobrevivência política.

Nos bastidores de Brasília, é comum ouvir que Ciro ainda governa como se estivesse no Palácio do Planalto, quando chefiava a Casa Civil de Bolsonaro. Desde então, tenta manter o partido como um instrumento de barganha, distribuindo apoios conforme a conveniência do momento.

O episódio com o governador Ronaldo Caiado, que resultou na implosão da chamada “União Progressista”, foi o retrato mais recente dessa postura. Ao buscar controlar a federação e definir sozinho o rumo da aliança, Ciro revelou o quanto sua liderança se sustenta mais em imposição do que em diálogo.

Fontes próximas a Caiado afirmam que o goiano se irritou com o “autoritarismo travestido de estratégia” do ex-ministro, que queria usar a federação para lançar um aliado à vice-presidência em 2026. Quando confrontado, reagiu com desprezo e arrogância — marcas registradas de quem confunde liderança com domínio.

Enquanto isso, dentro do PP, o descontentamento cresce. Parlamentares do partido relatam que as decisões são tomadas de cima para baixo, sem consulta às bases. Ciro, segundo relatos, tem agido mais como um “síndico de interesses regionais” do que como articulador de um projeto nacional.

Sua tentativa de se manter como peça indispensável nos bastidores do poder revela uma liderança em declínio, que sobrevive pela força do cargo e da máquina partidária, mas já não inspira nem agrega.

Em tempos em que o eleitor busca coerência e propósito, Ciro Nogueira parece refém de uma política ultrapassada, moldada pelo compadrio e pela conveniência. Seu discurso de articulação e força política soa cada vez mais como o eco de um passado que insiste em não aceitar o próprio fim.

Mais lidas

DF alcança 94% de sucesso na busca por des...
Goiás amplia Aluguel Social e entrega mais...
Sesc DF traz semana de arte, música e teat...
...