Cerveja mineira faz mais duas vítimas da síndrome nefroneural

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A Secretaria de Saúde de Minas Gerais registrou mais dois casos da síndrome nefroneural que vem alarmando a população mineira. Em nota, a pasta informou que já chega a dez o número de casos suspeitos notificados desde 30 dezembro.

Um dos pacientes internados morreu nesta terça-feira (7), em Juiz de Fora, a cerca de 260 quilômetros da capital, Belo Horizonte. Os outros nove continuam em tratamento. Até o fim da tarde de sexta (10), a pasta divulgava oito casos, incluindo uma morte.

Todos os pacientes chegaram a hospitais de Belo Horizonte, região metropolitana e de Juiz de Fora com sintomas semelhantes: insuficiência renal aguda de evolução rápida (ou seja, que levou a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas) e alterações neurológicas centrais e periféricas que podem ter provocado paralisia facial, borramento visual ou perda da visão, alteração sensório ou paralisia, entre outros.

Exames acusaram a presença da substância dietilenoglicol no sangue de ao menos três pacientes internados. Tóxico, ele costuma ser usado em sistemas de refrigeração, devido a suas propriedades anticongelantes. A Polícia Civil suspeita de que lotes de cervejas produzidas pela fábrica mineira Backer podem ter sido contaminadas pela substância e intoxicado os consumidores.

Exames realizados pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil mineira comprovaram a presença do dietilenoglicol em amostras da cerveja pilsen Belorizontina, da Backer. As amostras iniciais foram recolhidas nas residências de pacientes internados e pertencem a dois lotes – L1 1348 e L2 1348. Representantes da empresa já revelaram que parte dos dois lotes sob suspeita foram vendidos para estabelecimentos do Distrito Federal, de São Paulo e do Espírito Santo.

Embora o dietilenoglicol possa ser usado também no processo de refrigeração de cervejas, a Backer garante que não o utiliza em nenhuma etapa do processo de fabricação de seus produtos. Também o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), Carlo Lapolli, disse que a substância raramente é empregada na produção de cervejas.

De qualquer forma, diante da suspeita, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento decidiu interditar a cervejaria Backer e apreender, em caráter cautelar, 16 mil litros de cervejas que estavam prestes a serem distribuídos para venda, além do recolhimento das garrafas de Belorizontina disponíveis em estabelecimentos comerciais.

Além da Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da contaminação da bebida, auditores-fiscais agropecuários continuam averiguando a situação. Também foi criada uma força-tarefa composta por técnicos da secretaria estadual de Saúde, da secretaria municipal de Belo Horizonte, do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde e do Ministério da Saúde.

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