Por Carlos Arouck
No Brasil, Centrão refere-se à coalizão de partidos políticos que não possuem uma orientação ideológica específica e tem como objetivo assegurar uma proximidade ao poder executivo, de modo que este lhes garanta vantagens e lhes permita distribuir privilégios por meio de redes clientelistas.
Apesar do nome, o Centrão não se trata necessariamente de um grupo de espectro político-ideológico centrista, geralmente composto por parlamentares do “baixo clero”, que atuam conforme seus próprios interesses, ligado a práticas fisiológicas.
Hoje, o centrão é composto pelos partidos MDB, PR, PRB, PSD, Podemos, PTB, PPS, DEM, PSDB, PP e SD.
Às vésperas dos protestos, Maia fecha acordo com o Centrão para votar MPs, para tentar esvaziar as manifestações do dia 26 e mostrar que o Congresso trabalha.
A ideia é culpar o senhor presidente que nada faz para “articular” e ainda jogar todos contra todos.
Afinal, o modo como o Congresso trabalha é conhecido dos brasileiros, seja sob pressão popular, como nas últimas manifestações ou por meio de “articulações”.
E o Centrão pode ter um papel de destaque, para o bem ou para o mal.
Bolsonaro está no meio do “tiroteio”. As redes sociais, inclusive, divulgaram recentemente o depoimento de um sindicalizado de certo sindicato, que é parlamentar representante do Centrão, durante reunião da Força Sindical: “Nós, das centrais sabemos que nunca sozinhos conseguiríamos fazer uma greve geral.
Nós já se juntamos ao pessoal da polícia federal, judiciários e funcionários públicos que não querem que mexam na sua aposentadoria.
Tamos até sendo legal com os militares, pois não somos trouxa. A intenção é derrubar o Bolsonaro. Já conseguimos a adesão dos estudantes e agora vamos fazer de tudo para não ter a reforma e derrubar o presidente Bolsonaro”.
Para complicar um pouco mais, os grandes nomes dos apoiadores dos movimentos de ruas agora se voltam contra o presidente.
Antes só participavam pelas redes sociais e agora estão em cadeia nacional, como a deputada estadual Janaína Paschoal e o roqueiro Lobão, junto de toda a imprensa e deixando de lado as redes sociais, onde a crítica era mais seletiva e direta.