Governador de Goiás acusa ministro do Turismo de agir como “quinta coluna” em favor do governo Lula e anuncia dissolução do diretório do partido no Pará
O clima político no União Brasil esquentou. O governador Ronaldo Caiado (GO) não poupou críticas ao ministro do Turismo, Celso Sabino, a quem chamou de “traidor” e “quinta coluna” — termo usado para designar quem age como infiltrado dentro de um grupo. A Executiva Nacional do partido decidiu suspender as atividades partidárias de Sabino, além de encaminhar ao Conselho de Ética o pedido de sua expulsão definitiva.
Durante coletiva de imprensa em Brasília, nesta quarta-feira (8/10), Caiado anunciou que a decisão foi unânime entre os membros da Executiva. O diretório estadual do União Brasil no Pará, presidido por Sabino, também foi destituído. “Ele se coloca como um excelente quinta coluna, é um traidor. Está ali exatamente para atirar nas costas do partido e tentar nos desmoralizar. Mas não vamos nos submeter a esse jogo rasteiro”, afirmou o governador.
Segundo Caiado, o ministro do Turismo estaria “trabalhando para enfraquecer o partido” ao descumprir a orientação de que o União Brasil deveria deixar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O objetivo dele é fomentar a ideia de que o União Brasil não tem identidade, que pode ser governo e oposição ao mesmo tempo. Está cumprindo uma tarefa que o presidente Lula lhe impõe, sem o menor respeito ao partido ao qual está filiado”, criticou.
O governador reforçou que o partido tem posição clara de oposição ao governo federal e ironizou Sabino: “Se ele quer ficar no PT, que se filie ao PT. O problema é fazer o jogo do PT enquanto permanece no União Brasil. Nossa posição é frontalmente contrária ao presidente Lula e ao PT”.
A suspensão das atividades partidárias de Sabino e o envio do processo de expulsão ao Conselho de Ética foram aprovados por unanimidade. Já a dissolução do diretório do Pará contou com apoio de três quintos dos integrantes da Executiva Nacional. Com a decisão, o ministro perde o direito de participar das decisões internas e de acessar recursos do fundo partidário. “Todos os requerimentos foram aprovados. O Conselho de Ética terá até 60 dias para analisar a expulsão”, detalhou Caiado.
Caiado ainda lembrou que esta não é a primeira vez que o ministro enfrenta processo de expulsão. “Se buscarem a ficha dele, verão que foi ameaçado de expulsão também no PSDB, em 2020, quando aceitou ser líder da maioria na Câmara mesmo com o partido na oposição. É reincidente nessa postura. Na vida política, é uma pessoa de caráter líquido”, concluiu.