Segundo Ciro Nogueira, ex-presidente se diz “triste e debilitado”, mas mantém articulação política em meio ao risco de condenação no STF.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completa um mês em prisão domiciliar em sua casa no Jardim Botânico, em Brasília, após descumprir medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o senador Ciro Nogueira (Progressistas), que esteve com ele, Bolsonaro se encontra “triste, muito debilitado e preocupado com o que virá na próxima semana”, quando deve ser julgado no caso da trama golpista.
Apesar do abatimento, o ex-presidente não interrompeu as articulações políticas. Segundo Nogueira, Bolsonaro tem consciência de sua influência no campo da direita e está empenhado em direcionar o bloco para as eleições de 2026. “O único que não pode perder a eleição é Bolsonaro, por causa da situação dele. Ele tem que escolher alguém que possa ganhar”, declarou o senador durante evento no Tribunal Superior de Justiça.
Entre as conversas que mantém com aliados em sua residência, está a proposta de anistia defendida pela oposição no Congresso. “Ele me deu essa missão de lutar pela anistia, e eu vou cumpri-la”, afirmou Nogueira.
O caso reforça o paradoxo do ex-presidente: isolado pela Justiça, mas ainda peça central na articulação política da direita, Bolsonaro enfrenta uma semana decisiva para seu futuro jurídico e político.